O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (3) estar pronto para um encontro bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas impôs como condição que a reunião seja realizada em Moscou e com preparativos que garantam resultados concretos. As declarações foram feitas durante entrevista coletiva em Pequim, na China, onde Putin participava do desfile militar chinês.

“Eu estou pronto para um encontro com Zelensky se ele vier a Moscou. Nunca descartei a possibilidade desse encontro. Mas será que isso faz sentido?”, disse o líder russo. Esta foi a primeira vez que Putin se mostrou disposto a um encontro direto com seu homólogo ucraniano desde o início do conflito, há mais de três anos.

A possibilidade de reunião já havia sido mencionada em agosto, durante cúpula entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca. No entanto, o Kremlin deixou claro que a ofensiva militar continuará caso as exigências russas não sejam atendidas.

A escalada de tensão se manifestou na prática na madrugada de quarta-feira, quando a Rússia lançou um ataque aéreo sobre a Ucrânia envolvendo 502 drones de longo alcance e 24 mísseis de cruzeiro. As defesas ucranianas conseguiram abater 451 alvos, mas três mísseis e 69 drones atingiram alvos em 14 localidades.

“Os principais alvos foram infraestrutura civil, incluindo instalações de energia, centro de transporte, cooperativa de garagens e áreas residenciais”, relatou Zelensky. “Estes são ataques russos claramente demonstrativos. Putin está mostrando sua impunidade”, finalizou o presidente ucraniano.

O cenário evidencia o impasse entre a disposição declarada de diálogo de Putin e a continuidade das operações militares, reforçando a tensão entre os dois países e mantendo a incerteza sobre avanços diplomáticos.