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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Guerra

Israel dá início a ofensiva terrestre na Cidade de Gaza

Netanyahu disse que Israel precisa de uma indústria de armas independente enquanto tropas avançam na Cidade de Gaza

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 16 de setembro de 2025
Israel dá início a ofensiva terrestre na Cidade de Gaza
Foto: Emad El Byed/ Unsplash

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (16) que o país deve construir uma “indústria de armas independente” para enfrentar possíveis restrições internacionais. A declaração foi feita no mesmo dia em que Israel iniciou uma ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, a maior da Faixa de Gaza e considerada pelo governo israelense o último reduto do grupo Hamas no território.

O ministro da Defesa, Israel Katz, disse que “Gaza está em chamas” e que as forças armadas estavam “atacando com punho de ferro” a estrutura do Hamas, com o objetivo de derrotar a organização e libertar reféns. Segundo Katz, “não recuaremos e não desistiremos — até a conclusão da missão”.

A operação provocou nova fuga em massa. Milhares de moradores deixaram a Cidade de Gaza, muitos em direção ao sul, onde já havia ocorrido deslocamento na fase inicial do conflito. Estradas estavam congestionadas com veículos e pedestres, e autoridades israelenses estimaram que cerca de 40% da população local havia saído da área.

Um militar israelense, segundo informações do G1, disse que a etapa principal da ofensiva começa nesta terça, com tropas avançando em direção ao centro da cidade. Antes da incursão por terra, Israel manteve por cerca de um mês o cerco à região, marcado por bombardeios e pela destruição de arranha-céus, acusando o Hamas de usar os prédios como bases operacionais.

O militar afirmou ainda que o número de soldados será ampliado nos próximos dias e que o Exército está preparado para manter as operações pelo tempo necessário.

A ONU reagiu com críticas, o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, declarou que “este massacre deve parar imediatamente” e pediu a suspensão dos ataques. A Unicef classificou como “desumano” exigir que crianças sejam forçadas a abandonar a cidade mais uma vez.

Ainda na terça, uma comissão independente criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU divulgou relatório acusando Israel de cometer genocídio em Gaza. O documento aponta práticas como assassinato de civis, imposição de condições de vida destinadas à destruição da população palestina e destruição de uma clínica de fertilidade em dezembro de 2023, quando milhares de embriões e amostras foram perdidos.

Segundo a comissão, Israel cometeu quatro dos cinco atos que caracterizam genocídio definidos pela Convenção da ONU de 1948. Navi Pillay, ex-juíza do Tribunal Penal Internacional e presidente do colegiado, afirmou que “está ocorrendo genocídio em Gaza” e que a responsabilidade recai sobre as autoridades israelenses.

Israel rejeitou as acusações, o embaixador na ONU em Genebra, Daniel Meron, disse que o relatório era “escandaloso” e acusou o grupo de agir “por procuração do Hamas”. “Israel rejeita categoricamente o libelo difamatório publicado hoje por esta comissão de inquérito”, declarou.

O relatório, segundo a Comissão, foi baseado em entrevistas, análises de imagens de satélite e documentos coletados desde o início da guerra. Criado em 2021, o órgão reporta anualmente ao Conselho de Direitos Humanos e à Assembleia Geral da ONU.

A ofensiva ocorre após o gabinete de Netanyahu ter aprovado, no início de agosto, um plano para tomar toda a Faixa de Gaza. O movimento foi antecedido por reunião entre Netanyahu e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Segundo o site Axios, o governo Donald Trump apoia a operação, desde que seja rápida.

Na segunda-feira (15), Trump afirmou ter recebido informações de que o Hamas havia movido reféns para a superfície para usá-los como “escudos humanos”.

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