Diretor da ANM é preso em megaoperação contra crimes ambientais e corrupção
Segundo as investigações, a organização criminosa pagava propina a servidores de órgãos estaduais e federais para obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (17/9), o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, durante a operação Rejeito, que investiga um esquema de corrupção e crimes ambientais com lucros estimados em R$ 1,5 bilhão.
A ação, realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), cumpre 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão, além de determinar o afastamento de servidores públicos suspeitos de envolvimento.
Entre os principais alvos está o empresário Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder do grupo. Dono de diversas companhias em diferentes setores, ele também é proprietário de uma jazida de minério localizada na Serra do Curral, em Minas Gerais.
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Segundo as investigações, a organização criminosa pagava propina a servidores de órgãos estaduais e federais para obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas, facilitando a exploração irregular de recursos minerais. A PF identificou ainda que a rede criminosa teria adotado mecanismos de lavagem de dinheiro e teriam monitorado autoridades para dificultar a atuação do Estado.
Três servidores foram afastados de suas funções por decisão judicial: Fernando Baliani da Silva (Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM), Breno Esteves Lasmar (Instituto Estadual de Florestas – IEF) e Fernando Benício de Oliveira Paula (Conselho Estadual de Política Ambiental – Copam).
A corporação aponta que, além do montante já obtido, havia projetos em andamento ligados à organização, com potencial de movimentar mais de R$ 18 bilhões.
Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço às investigações.