Dezenas de jornalistas morrem em ataque israelense ao Iêmen
Organização denuncia morte em massa contra profissionais da imprensa durante bombardeio israelense no Iêmen
Ao menos 31 jornalistas morreram em ataques aéreos de Israel contra a capital do Iêmen, Sanaa, na semana passada, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), de acordo com informações da CNN. Os bombardeios também deixaram 22 profissionais feridos e atingiram duas redações locais, em um episódio classificado para o CPJ como “massacre sem precedentes” pelo editor-chefe do jornal 26 de Setembro, Nasser Al-Khadri.
As Forças de Defesa de Israel confirmaram a ofensiva, que também alcançou outros pontos do país. “As FDI acabaram de atacar Sanaa e outros locais no Iêmen, visando acampamentos militares ocupados por terroristas houthis, incluindo o aparato de propaganda houthi”, declarou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, na quarta-feira (11).
O CPJ informou que as mortes ocorreram quando equipes finalizavam a edição semanal do 26 de Setembro, veículo oficial do Exército iemenita. “É um ataque brutal e injustificado que teve como alvo pessoas inocentes cujo único crime foi trabalhar na área da mídia, armadas apenas com suas canetas e palavras”, disse Al-Khadri. Ele relatou ainda a morte de uma criança que acompanhava um jornalista no momento do ataque.
Segundo a entidade, trata-se do segundo episódio mais letal já registrado contra a imprensa mundial, atrás apenas do massacre de Manguindanao, nas Filipinas, em 2009, que deixou 32 jornalistas mortos.
O bombardeio aconteceu dias após um ataque em Sanaa, em 30 de agosto, que matou o primeiro-ministro do governo Houthi e ministros. Em nota, militares israelenses afirmaram que a ação foi resposta a drones e mísseis lançados contra Israel pelos houthis, grupo alinhado ao Irã que também tem atacado embarcações no Mar Vermelho em solidariedade aos palestinos em Gaza.