Trombose pode ser silenciosa e levar à morte; conheça os sinais
Entender os fatores de risco e adotar cuidados diários ajuda a reduzir complicações da trombose
A trombose é uma condição que pode evoluir rapidamente e gerar complicações graves se não for identificada a tempo. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 75 mil casos em 2024, e apenas nos primeiros seis meses de 2025, mais de 36 mil novos diagnósticos já haviam sido contabilizados. A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) estima que cerca de 180 mil pessoas sejam afetadas pela doença anualmente no país.
A trombose ocorre quando coágulos sanguíneos se formam nos vasos, interrompendo o fluxo de sangue. Existem dois tipos principais: trombose venosa profunda (TVP), que afeta as veias profundas das pernas, e trombose arterial, que compromete as artérias, geralmente por aterosclerose.
A TVP está relacionada a fatores como imobilidade prolongada, cirurgias, traumas, predisposição genética, câncer, uso de hormônios, gestação, pós-parto e obesidade. Já a trombose arterial está frequentemente ligada a tabagismo, diabetes, hipertensão e colesterol elevado.
Sintomas que exigem atenção imediata
O cirurgião vascular Herik Oliveira, especialista pela SBACV, alerta que a trombose muitas vezes não apresenta sintomas claros e pode passar despercebida. “Ignorar os primeiros sinais pode agravar a situação. É essencial procurar um médico especialista, que poderá diagnosticar a doença por meio do ecodoppler vascular, um ultrassom que avalia o fluxo sanguíneo nas veias e artérias”, explica.
No caso da trombose venosa, os sintomas podem incluir dor intensa, inchaço agudo, aumento da consistência muscular, vermelhidão e dificuldade para movimentar tornozelos ou joelhos. Em situações mais graves, a doença pode evoluir para embolia pulmonar, provocando falta de ar, cansaço, dor no peito e tosse com sangue. Já a trombose arterial pode causar dor intensa, ausência de pulsos, palidez, frialdade, dormência, fraqueza, cianose e perda de função de órgãos vitais, podendo levar a infarto, AVC ou insuficiência renal.
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Prevenção e cuidados essenciais
A prevenção é um dos caminhos mais importantes para reduzir os riscos. Herik Oliveira orienta medidas como movimentar-se regularmente, manter boa hidratação, usar meias de compressão quando indicadas e controlar fatores de risco, incluindo obesidade, tabagismo e uso de anticoncepcionais hormonais. “Procurar atendimento médico rapidamente diante de suspeita ou presença de fatores de risco garante diagnóstico precoce e tratamento eficaz”, afirma.
O acompanhamento médico permite identificar alterações nos vasos sanguíneos antes que se tornem graves. O ecodoppler vascular é o exame padrão para diagnóstico, possibilitando avaliar o fluxo de sangue e detectar coágulos precocemente. Dependendo do caso, o tratamento pode incluir anticoagulantes, mudanças no estilo de vida ou intervenções cirúrgicas para remover trombos.