Chico Buarque disputa Jabuti em dose dupla
Premiação literária mais tradicional do país divulga semifinalistas; vencedores receberão até R$ 70 mil e vaga na Feira do Livro de Londres
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou na última sexta-feira (26) a lista de semifinalistas da 67ª edição do Prêmio Jabuti, o mais antigo e prestigiado prêmio literário do país. Foram 4.350 obras inscritas, todas publicadas em 2024, que agora disputam as 23 categorias em grupos de dez.
O calendário prevê novas eliminações: em 7 de outubro serão conhecidos os cinco finalistas por categoria, cada um concorrendo ao prêmio de R$5 mil. No dia 27 do mesmo mês ocorre a cerimônia final, quando será revelado também o Livro do Ano, que garante ao vencedor R$70 mil e a missão de representar o Brasil na Feira do Livro de Londres, dentro do Ano da Cultura Brasil-Reino Unido.
A lista dos indicados traz nomes que movimentam diferentes esferas do debate cultural. Estão presentes a monja Cohen, o psicanalista Christian Dunker, o jornalista Ruy Castro, o cronista Carpinejar, o neurocientista Miguel Nicolelis e o escritor indígena Daniel Munduruku. Mas a atenção se volta a Chico Buarque, que aparece duas vezes: como autor de Bambino a Roma, em Romance Literário, e como personagem do estudo Chico Buarque em 80 canções, de André Simões.
O Jabuti reforça seu papel ao contemplar desde pequenas editoras e estreantes até grandes casas e autores já consagrados. Essa amplitude é parte de sua relevância: a cada ano, projeta novas vozes, sem deixar de reconhecer figuras de peso. É justamente essa combinação que mantém o prêmio como referência de legitimidade, ao articular memória e novidade em uma mesma prateleira.