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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Cultura

Filmes brasileiros ampliam presença no mercado e alcançam 11% do público em 2025

Dados da Ancine indicam crescimento expressivo da fatia nacional nas bilheterias, impulsionado pela cota de tela, mas público total ainda está abaixo do período pré-pandemia

Luana Avelarpor Luana Avelar em 29 de setembro de 2025
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O avanço se refletiu também na ocupação das sessões: filmes nacionais representaram 14,1% do total exibido até agosto, contra 4% em 2023. Foto: Divulgação

O cinema brasileiro ganhou mais espaço em 2025. Dados divulgados na última quinta-feira (25) pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) mostram que, entre janeiro e agosto, um em cada dez frequentadores das salas no país assistiu a uma produção nacional.

De acordo com o levantamento, a participação no mercado subiu de 1,4% nos oito primeiros meses de 2023 para 11,2% em 2025. O avanço se refletiu também na ocupação das sessões: filmes nacionais representaram 14,1% do total exibido até agosto, contra 4% em 2023.

Segundo a Ancine, os números revelam a efetividade da política conhecida como “cota de tela”, que obriga as empresas exibidoras a programar longas brasileiros. A agência ressaltou que a medida garante diversidade de oferta e fortalece a produção nacional, permitindo maior alcance ao público.

A definição da cota de tela para 2026 está em discussão. Na quinta-feira, produtores, distribuidores e exibidores participaram de audiência pública organizada pela Ancine para debater parâmetros que serão aplicados no próximo ano.

Recuperação em curso

O estudo Panorama de Mercado também mostra sinais de recuperação da infraestrutura de exibição após os prejuízos da pandemia de covid-19. Até 31 de agosto de 2025, o Brasil tinha 3.534 salas em funcionamento, superando o total de 2019 (3.507), último ano antes da crise sanitária.

Apesar disso, os indicadores de público e de lançamentos seguem abaixo do período pré-pandemia. Nos oito primeiros meses deste ano, 81,9 milhões de ingressos foram vendidos, número próximo ao total de 2024 (88,1 milhões em 12 meses), mas ainda 36,6% inferior ao registrado em 2019 (129,1 milhões).

O número de filmes lançados também permanece distante dos patamares anteriores: foram 349 títulos até agosto de 2025, contra 456 em 2024 e 452 em 2019. A quantidade de sessões apresentou situação semelhante: 2,91 milhões nos oito primeiros meses de 2025, ligeiramente abaixo das 2,94 milhões do mesmo período de 2019.

Espaço consolidado, público em reconstrução

A ampliação da fatia ocupada por produções nacionais nas salas indica uma tendência positiva, mas ainda insuficiente para recuperar os níveis de público anteriores à pandemia. O crescimento da presença brasileira nas bilheterias, associado à retomada do funcionamento das salas, é visto como um passo importante, mas a distância em relação ao período pré-2020 mostra que o setor segue em fase de reconstrução.

As medidas de regulação, como a cota de tela, são apontadas pela agência reguladora como essenciais para a diversidade da programação e para o fortalecimento da cadeia audiovisual no país. O desafio, agora, é sustentar o aumento de participação das produções nacionais sem perder de vista a necessidade de ampliar o público total, que ainda está aquém do patamar histórico.

Com 81,9 milhões de espectadores até agosto, o cinema no Brasil apresenta sinais de recuperação, mas a superação das marcas de 2019 depende da conjugação de fatores: maior número de lançamentos, estímulo à produção, diversidade de gêneros e políticas públicas que assegurem condições para que as salas mantenham programação variada.

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