Serial killer que confessou mortes em Goiás é investigado por mais 15 crimes
Rildo Soares dos Santos já admitiu três feminicídios. Polícia apura suspeita de estupro, latrocínio, ocultação de cadáver e outros delitos
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga a trajetória criminosa de Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, acusado de ser um serial killer. O homem, natural de Salvador (BA), já confessou três feminicídios cometidos em Goiás e é suspeito de envolvimento em pelo menos outros 15 crimes, incluindo furtos, latrocínio, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e violência doméstica. Parte desses delitos teria ocorrido em seu estado de origem.
Rildo está preso desde 12 de setembro, após retornar ao local onde uma de suas vítimas havia sido morta. Ele se encontra na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Rio Verde, no sudoeste goiano. Segundo o delegado responsável pela investigação, Adelson Candeo, o perfil do suspeito corresponde ao de um criminoso em série. “Consideramos sim um criminoso em série, porque já existem ao menos três vítimas com características semelhantes, falta de empatia, ausência de arrependimento, violência excessiva e modus operandi recorrente”, afirmou.
Linha do tempo dos crimes em Goiás
A polícia reuniu informações que apontam Rildo como autor de uma série de ataques violentos, especialmente no Bairro Popular, em Rio Verde, onde ele passou a viver em janeiro de 2025.
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01/03/2025 – Estupro
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01/03/2025 – Estupro e tentativa de feminicídio
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04/05/2025 – Desaparecimento
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10/05/2025 – Roubo de celular, dano, furto de veículo e incêndio
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17/05/2025 – Estupro
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07/07/2025 – Feminicídio
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29/08/2025 – Feminicídio
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29/08/2025 – Desaparecimento
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07/09/2025 – Latrocínio
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12/09/2025 – Feminicídio
Além disso, ele é investigado por cinco ocorrências na Bahia: dois homicídios, um estupro, um caso de violência doméstica e um roubo.
O padrão de violência
Segundo a PCGO, Rildo costumava usar uniforme de gari para se passar por funcionário da limpeza urbana, o que facilitava a aproximação das vítimas e evitava suspeitas da polícia. Ele também tinha o hábito de retornar às cenas dos crimes para observar o trabalho das autoridades, comportamento descrito como uma forma de vaidade criminosa. Entre os objetos apreendidos na casa onde Rildo morava sozinho estavam facas, bonecas e ao menos cinco bolsas femininas. Uma delas foi reconhecida pela mãe de uma das desaparecidas.
Um dos casos confirmados foi o de Elisângela Silva de Souza, localizada em um terreno baldio em 11 de setembro. De acordo com a investigação, ela foi abordada enquanto seguia para o trabalho. Após luta corporal, Rildo teria agredido a vítima e escondido o corpo. Embora tenha negado a intenção de matar, a perícia comprovou violência extrema e sinais de abuso sexual. Outras mortes, como a de Monara Pires, em situação de rua, seguem sob investigação. A polícia também analisa a ligação de Rildo com dois feminicídios na Bahia, semelhantes aos praticados em Goiás.