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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
mandavê

Rigamontti transforma rotina em refrões que marcaram o sertanejo

Autor de canções como “Cadeira de Aço”, “50 Reais” e “A Mala É Falsa”, o compositor esteve no podcast MandaVê e revisitou histórias que moldaram sua trajetória na música popular

Luana Avelarpor Luana Avelar em 2 de outubro de 2025
16 MATERIA CREDITOS Gabriel Louza
Foto: Gabriel Louza

No último episódio do podcast MandaVê, apresentado por Juan Allaesse, Rigamontti, conhecido nos bastidores como Bruno Mandioca, revisitou passagens de sua carreira que ajudaram a entender a ascensão de um dos compositores mais gravados do país. Poeta, batuqueiro e cantor, o artista transformou episódios triviais e experiências pessoais em canções que se tornaram hinos da música sertaneja contemporânea.

A virada veio com Cadeira de Aço, gravada por Zé Neto & Cristiano, cujo mote nasceu de um detalhe aparentemente banal: uma lata de refrigerante servida com o nome de uma antiga paixão. O incômodo virou anotação, e em parceria com a editora musical Waléria Leão, filha da cantora e compositora Fátima Leão, o esboço foi trabalhado ao longo de onze horas até se tornar uma das faixas mais executadas.

A presença de Waléria foi decisiva em outros momentos. Reconhecida pela habilidade em identificar canções de impacto, ela também foi responsável por intermediar a chegada de 50 Reais a Naiara Azevedo. A música se tornou símbolo do feminejo ao narrar uma história de traição sob perspectiva feminina, projetando de forma definitiva a intérprete e o autor.

Outro episódio transformado em composição foi A Mala É Falsa. A canção, gravada por Felipe Araújo em 2026, nasceu de um gesto performático em meio ao desgaste de um relacionamento. O compositor arrumou uma mala vazia e a deixou sobre o sofá, cena que simbolizava o fim de uma convivência insustentável. O objeto se converteu em metáfora e, depois, em refrão que ganhou o país.

O repertório assinado pelo artista é vasto. Entre as parcerias estão Espaçosa Demais com Felipe Araújo, Terra sem CEP com Jorge & Mateus, Modo Goiano e Te Amei Pra… com Edson & Hudson, Entrevista com seu Ex com Gusttavo Lima, Edinalva com Wesley Safadão, Coração de Rapariga com Tierry, além de títulos como Manda Áudio, Traí Sim, Quarto de Cabaré e Que que a Gente Faz. O conjunto abrange faixas gravadas por intérpretes de destaque no sertanejo, no forró e no pagode.

A força de suas músicas está na síntese. Refrões curtos, facilmente assimiláveis, se transformam em coros coletivos em bares, churrascos e grandes palcos. Essa simplicidade calculada explica por que canções como Cadeira de Aço e Espaçosa Demais seguem presentes no repertório popular anos após o lançamento.

No MandaVê, abordou ainda a dimensão empresarial da carreira. Explicou que a venda de catálogos e as negociações com editoras permitiram financiar ônibus de turnê, equipamentos de som e iluminação, garantindo autonomia para seguir criando. 

Embora seja reconhecido principalmente como letrista, ele também ocupa o palco. Seu repertório como cantor transita pelo samba, pelo pagode e pelo funk, preservando o humor e a energia que marcam sua obra. Essa atuação reforça a visão de que a música deve emocionar, mas também divertir e aproximar públicos distintos.

Do batuque às negociações, o autor construiu uma trajetória em que a observação da rotina se converte em criação artística. Detalhes aparentemente banais — uma lata de refrigerante, uma mala vazia ou uma frase corriqueira — se transformaram em refrões capazes de atravessar gerações.

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