Gestação exige cuidados extras de motoristas ao volante
Especialistas orientam ajustes na condução e no uso do cinto de segurança durante a gravidez e o pós-parto
As transformações físicas que acompanham a gravidez interferem diretamente na capacidade de condução. Náuseas, sonolência, câimbras e contrações são sintomas que reduzem a concentração e comprometem os reflexos de gestantes ao volante. A preocupação com esse cenário foi destaque no 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador, onde especialistas reforçaram a necessidade de atenção redobrada tanto durante a gestação quanto no puerpério.
As recomendações incluem evitar trajetos longos, interromper a condução em caso de mal-estar e realizar paradas frequentes para alongamento e movimentação. Em viagens superiores a quatro horas, o uso de meias de compressão é indicado como medida preventiva.
Outro ponto central está no posicionamento correto do cinto de segurança. A faixa subabdominal deve passar abaixo da barriga, enquanto a diagonal precisa contornar lateralmente o útero. Além disso, o banco deve ser afastado do volante o máximo possível, sem comprometer o controle do veículo.
No período pós-parto, não há consenso internacional sobre o momento adequado para retomar a direção. Em alguns países, a orientação varia entre duas e seis semanas de espera. No entanto, o parâmetro essencial é que a mulher esteja em condições físicas e emocionais adequadas, além de não utilizar medicamentos que prejudiquem a condução.
O debate expõe uma questão ainda pouco explorada nas políticas de trânsito: o impacto da gestação e do puerpério na segurança viária. Adaptar a direção às condições específicas da maternidade é fundamental não apenas para proteger a saúde da mãe e do bebê, mas também para reduzir riscos coletivos nas estradas e cidades.