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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Golpe

Justiça pune dupla por usar IA em 709 tentativas de fraude bancária

Criminosos manipularam reconhecimento facial de banco digital com inteligência artificial para tentar acessar 259 contas

Vitor Vidalpor Vitor Vidal em 6 de outubro de 2025
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Foto (Reprodução)

Em uma decisão judicial que marca um novo precedente na criminalidade digital em Goiás, a justiça goiana condenou dois réus por utilizarem inteligência artificial (ia) para burlar sistemas de segurança bancária.

Os réus Euller Santos Da Silva e Larissa Da Silva caldeira foram sentenciados por falsidade ideológica digital, tentativa de estelionato eletrônico por 709 vezes e associação criminosa. o objetivo era fraudar o sistema de reconhecimento facial do banco C6 e obter acesso indevido a contas.

O golpe da inteligência artificial

A sentença, assinada pelo juiz Liciomar Fernandes Da Silva, da 4ª vara criminal de Goiânia, detalha que os acusados manipularam fotografias de terceiros usando aplicativos de ia para simular movimentos faciais. essa técnica visava satisfazer os critérios de autenticação biométrica do banco.

As investigações da delegacia estadual de repressão a estelionatos (DEIC) revelaram:

  • 709 tentativas de acesso a 259 contas bancárias distintas.
  • Uso dos mesmos dispositivos eletrônicos (“fingerprints”) para executar os golpes.
  • Abertura de uma conta falsa para testar a operação fraudulenta.
  • Compartilhamento de imagens adulteradas entre os dois criminosos.

O magistrado destacou que a prática evidencia uma “nova forma de criminalidade digital” e a classificou como uma “conduta coordenada e reiterada de associação criminosa voltada à fraude eletrônica”.

Penas e perda de bens

Pela participação nos crimes, o juiz fixou as seguintes penas Larissa em 8 anos, 4 meses e 19 dias de reclusão e Euller em 8 anos, 10 meses e 22 dias de reclusão.

Além das penas de prisão em regime inicial fechado, o juiz determinou a perda alargada de bens e a destinação judicial dos valores apreendidos vinculados às atividades ilícitas. os condenados têm o direito de recorrer da decisão em liberdade, mas seus passaportes foram retidos.

O caso, que teve origem em denúncia do banco C6, é considerado um marco em Goiás por ser um dos primeiros a reconhecer judicialmente o uso de inteligência artificial como ferramenta principal em crimes cibernéticos.

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