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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
NEGOCIOS

Setor de beleza se torna ativo estratégico na economia brasileira

Com crescimento anual de 7%, segmento já representa um dos pilares do empreendedorismo

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 7 de outubro de 2025
manicure pedicure tudo sobre
Mais de 170 mil novos negócios foram abertos em 2024

O setor de beleza no Brasil vive momento de efervescência, sustentado por mudanças de comportamento e pelo protagonismo de microempreendedores. Estimativas apontam que o segmento brasileiro de beleza e cuidados pessoais deve crescer em média 7% ao ano até 2027, movimentando cerca de 40 bilhões de dólares no fim do período. O país ocupa o quarto lugar entre os maiores mercados globais, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão.

Dentro desse universo, serviços como manicure e pedicure despontam como nichos de alta demanda e margens interessantes. Globalmente, o mercado de serviços de manicure movimentou quase 9 bilhões de dólares em 2024 e deve alcançar cerca de 14 bilhões até 2033. Já o segmento de unhas artificiais, como alongamentos e técnicas em gel, tem crescimento projetado em quase 6% ao ano. Mais do que um capricho estético, manicure e pedicure se consolidam como negócios sólidos e promissores.

Microempreendedores e a explosão de novos salões

A vertical de beleza é um dos motores do empreendedorismo no Brasil. Somente em 2024, foram abertos mais de 170 mil novos negócios ligados a cabeleireiros, manicures, pedicures e estética — uma média de quase 700 empreendimentos por dia. Em 2023, o número de microempreendedores individuais (MEI) no setor bateu recorde: mais de 180 mil novos registros em um único ano, o que equivale a 500 formalizações diárias.

Esse cenário mostra que muitos profissionais migraram da informalidade para negócios estruturados, atraídos pelas perspectivas de ganhos, autonomia e uma demanda praticamente constante. Hoje, estima-se que existam mais de 1,3 milhão de atividades ligadas ao setor de beleza no país, consolidando-o como um dos mais representativos do mercado de serviços.

Vagas abertas e escassez de profissionais

Paradoxalmente, enquanto o setor cresce em número de estabelecimentos, há um gargalo na mão de obra qualificada. Cerca de 40% das vagas para manicures permanecem em aberto no Brasil, reflexo da falta de profissionais preparados ou dispostos a se especializar.

O desafio é duplo: por um lado, há grande demanda de clientes; por outro, os salões enfrentam dificuldades para reter mão de obra. Especialistas do setor alertam que o investimento em capacitação é indispensável. “Treinar profissionais é arriscado, porque eles podem sair. Mas não investir é a certeza do fracasso”, resume um representante do mercado de beleza.

Potencial de lucro: quando técnica e gestão andam unidas

Uma manicure bem treinada pode alcançar rendimentos consistentes. Em cidades de médio porte, um faturamento mensal em torno de mil reais por profissional ainda é comum, mas em capitais e regiões de maior poder aquisitivo o valor pode ser várias vezes maior, especialmente para quem domina técnicas de nail design e alongamentos.

Relatórios de mercado indicam que esse nicho cresceu mais de 500% nos últimos cinco anos. Para elevar o patamar financeiro, não basta a técnica: é preciso visão de gestão. Estratégias de fidelização, diferenciação em serviços e uso de redes sociais têm ampliado a carteira de clientes e garantido estabilidade. Além disso, modelos de franquias e redes de esmalterias têm atraído profissionais que desejam escalar o negócio e sair da atuação individual.

Os desafios da sustentabilidade e da migração digital

O setor de beleza também enfrenta mudanças exigidas pelos consumidores. Hoje, mais de 90% do mercado brasileiro está ligado a cuidados pessoais, como produtos para pele, cabelo e unhas. Para acompanhar a demanda, muitos salões têm incorporado e-commerce, kits para uso doméstico e programas de fidelidade digitais.

A crise econômica recente mostrou que, mesmo em cenários de retração, a beleza resiste. Em 2023, o mercado global cresceu 10% em faturamento, ainda que o volume de vendas tenha avançado apenas 2%. Isso significa que os preços subiram, mas o consumo se manteve forte, especialmente em países como o Brasil, onde o autocuidado é parte da cultura.

Outro movimento em curso é a busca por sustentabilidade. O público mais jovem valoriza serviços e produtos de baixo impacto ambiental, cruelty-free e veganos. Salões que não se adaptarem a essa nova lógica correm o risco de perder competitividade nos próximos anos.

 

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