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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Empresa de Turismo

Polícia investiga transferência de empresa feita um dia após morte do dono em Planaltina de Goiás

Alteração societária de empresa de transportes, avaliada em mais de R$ 2 milhões, foi registrada como se o proprietário ainda estivesse vivo

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 12 de outubro de 2025
Polícia investiga transferência de empresa feita um dia após morte do dono em Planaltina de Goiás
Empresa é avaliada em mais de R$ 2 milhões. Foto: TV Anhanguera/Reprodução

A Polícia Civil de Goiás investiga uma suposta fraude na transferência de titularidade da empresa Amazônia Inter Turismo Ltda., sediada em Planaltina de Goiás. O negócio, avaliado em mais de R$ 2 milhões, foi alterado na Junta Comercial do Distrito Federal no dia 16 de outubro de 2024 — um dia após a morte do proprietário, Raimundo José Eustáquio da Conceição, registrada oficialmente em 15 de outubro. A mudança retirou o nome de Raimundo da sociedade e incluiu o de Gilberto José Ribeiro, que não tem parentesco com a família do falecido.

Segundo o registro de óbito, Raimundo deixou seis filhos e não possuía bens em seu nome. Apesar disso, a alteração contratual foi protocolada normalmente, com uma assinatura digital atribuída a ele no sistema gov.br. Uma perícia inicial identificou indícios de manipulação de imagem e uso indevido de identidade digital. A denúncia foi enviada de forma anônima à Procuradoria de Planaltina de Goiás, que encaminhou o caso para a Polícia Civil.

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“Quando verificamos a documentação, percebemos que o registro ocorreu um dia após a morte, o que era impossível. A assinatura digital pode ser usada por qualquer pessoa com acesso, e houve manipulação de imagem”, afirmou o procurador Gilson Santos à TV Anhanguera. Segundo ele, o caso pode configurar crimes de falsidade ideológica, estelionato e uso de documento falso. As autoridades devem ouvir os envolvidos e cruzar as informações entre cartórios e registros digitais.

Em nota, a Amazônia Inter Turismo declarou que a mudança do sócio-administrador ocorreu de forma “totalmente legal, amparada por documentos, autorizações e contratos assinados em vida”. A empresa possui concessão da Agência Goiana de Regulação (AGR) para operar a linha entre Planaltina de Goiás e o Distrito Federal desde 2020. A AGR informou que abriu processo administrativo e que, se confirmadas as irregularidades, a autorização poderá ser cassada.

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