O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 6 de dezembro de 2025
Esportes e oportunidades

Rede hoteleira de Goiânia atinge 90% de ocupação para o MotoGP e deve movimentar R$ 1 bilhão na economia estadual

Parte dos turistas deve se hospedar em cidades vizinhas a Goiânia, como Anápolis, Trindade e Caldas Novas, impulsionando o turismo regional

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 13 de outubro de 2025
MotoGP
Foto: Romullo Carvalho e Cristiano Borges

A partir de 2026, Goiás volta ao circuito mundial de motovelocidade com a realização do MotoGP, o maior campeonato de motovelocidade do mundo. O evento deve atrair mais de 150 mil espectadores e gerar impacto econômico estimado em R$ 1 bilhão, com cerca de quatro mil empregos diretos e indiretos e arrecadação de R$ 130 milhões em impostos. 

Entre os três dias de corrida, 78% a 80% dos ingressos já foram vendidos, sendo que a maioria do público vem de fora do estado, especialmente de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, além de 12% vindos do exterior.

De acordo com o economista Leonardo Ferraz, “um evento macro como o MotoGP atrai público elevado, mídia global e concentra gastos em poucos dias, causando um típico choque de demanda com forte multiplicador local. Em Goiás, os setores que sentirão impacto imediato serão a hotelaria, alimentação, transporte, comércio varejista e serviços, combustíveis e logística”. 

Ele ainda destaca que “para aproveitar todo o potencial, Goiás precisa de interação entre governo e iniciativa privada, principalmente para desafogar o fluxo de visitantes e melhorar o acesso internacional, já que ainda não há voos diretos para Goiânia”.

Infraestrutura, hotelaria e estratégias para maximizar o impacto no MotoGP

Para atender a demanda, a rede hoteleira se mobiliza. Segundo o Sindicato de Hotéis de Goiás, 90% dos leitos da capital já estão reservados, e cidades próximas, como Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade e Caldas Novas, se preparam para receber os visitantes, que podem ultrapassar 67 mil pessoas hospedadas fora de Goiânia. Leonardo Ferraz ressalta que a capital ainda enfrenta desafios na capacidade hoteleira e na mão de obra qualificada, principalmente para atender turistas internacionais.

O Autódromo Internacional Ayrton Senna passa por ampla reforma de R$ 50 milhões, incluindo nova camada de asfalto, ampliação das áreas de escape, modernização dos boxes e melhorias de segurança, seguindo padrões exigidos pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Segundo o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, “o MotoGP coloca Goiás no mapa mundial do turismo e mostra que temos capacidade de organizar eventos desse porte”.

Ferraz também alerta que eventos desse porte geram um “efeito fogos de artifício”, com grande pico de movimentação em curto período. Para minimizar o efeito e ampliar benefícios, ele sugere estratégias como: homologação do autódromo para múltiplos eventos, criação de rotas estendidas para Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis e Caldas Novas, pacotes turísticos integrados, além de agendas anuais de motosports e festivais derivados. “Essas medidas esticam a estadia média do turista e diluem a concentração de demanda, gerando ocupação constante para a cadeia local”, afirma.

Legado e continuidade para o turismo e economia goiana

O impacto econômico vai além do período do evento. Segundo estudos do Instituto Mauro Borges, a cada R$ 10 milhões gerados diretamente pelo MotoGP, outros R$ 12 milhões circulam em diferentes setores da economia. 

Restaurantes, bares, transportadoras, lojas e prestadores de serviços locais se beneficiam, ampliando o efeito multiplicador. Ferraz enfatiza que o evento pode servir como vitrine para a economia criativa, incentivando feiras, gastronomia, eventos culturais e turismo esportivo, transformando Goiás em um polo permanente de turismo e esportes.

O governo estadual aposta na coordenação entre órgãos públicos, iniciativa privada e organizadores, além de melhorias em voos, transporte entre cidades, estrutura aeroportuária e qualificação da mão de obra para assegurar atendimento de qualidade ao público internacional. Com planejamento integrado e continuidade de investimentos, o MotoGP pode se tornar uma estratégia permanente de desenvolvimento econômico e turístico para Goiás entre 2026 e 2030.

Leia mais: Goiás cresce em empregos, mas desigualdade de renda desafia o Estado

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Tags:
Veja também