Quem é Buzeira: influenciador digital com 15 milhões de seguidores preso pela PF
A defesa de Buzeira e dos demais investigados ainda não se pronunciou sobre o caso
O influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, mais conhecido como Buzeira, foi preso na manhã desta terça-feira (14) durante uma operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas.
Com 28 anos, Buzeira nasceu em Itaquera, na zona Leste de São Paulo, e se tornou um dos nomes mais populares nas redes sociais brasileiras. Atualmente, acumula mais de 15 milhões de seguidores no Instagram, atraindo principalmente o público jovem. Nas plataformas digitais, o influenciador costuma ostentar carros de luxo, joias, relógios caros e até helicópteros, além de promover rifas, sorteios e ações promocionais com produtos de alto valor.
O influenciador é casado com Hillary Yamashiro, também digital influencer com mais de 3 milhões de seguidores. Recentemente, Buzeira anunciou que será pai novamente, já tendo uma filha e aguardando agora a chegada de um menino. Nas redes, ele é visto em companhia de diversas personalidades, como o rapper carioca Oruam, Neymar e a influencer Virginia Fonseca.
Buzeira ganhou notoriedade nas redes sociais promovendo rifas de carros e artigos de luxo, além de divulgar vídeos com conteúdo de entretenimento e lifestyle. Ele já havia sido alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo em fevereiro deste ano, relacionada à compra de veículos de luxo. Na ocasião, o influenciador utilizou suas redes para afirmar que prestou esclarecimentos e que não tinha relação com irregularidades atribuídas a terceiros.

Prisão e investigação
Segundo a Polícia Federal, a operação que resultou na prisão de Buzeira, chamada Operação Narco Bet, tem como objetivo investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o setor de apostas eletrônicas, conhecido como “Bets”, e movimentações financeiras internacionais, incluindo criptomoedas. A ação envolve 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.
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A corporação também determinou o bloqueio de bens e valores relacionados aos investigados, que somam mais de R$ 630 milhões. A Polícia Federal informou ainda que a ação contou com apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA), responsável por executar uma medida cautelar de prisão contra um investigado localizado no território alemão.
As investigações são desdobramentos de operações anteriores, como a Operação Narco Vela, que tinha como foco o envio de drogas por via marítima a partir do litoral brasileiro. Segundo a PF, os alvos do esquema utilizavam camadas financeiras complexas para dificultar o rastreamento de recursos, mas todos os detalhes ainda estão sendo apurados.
Investigação na casa de Buzeira
Durante uma operação em um condomínio de alto padrão em Igaratá (SP), agentes da polícia encontraram um arsenal de guerra na residência de um influenciador identificado como Buzeira. Entre os itens apreendidos estavam fuzis, pistolas, revólveres, munições, carregadores, rádios comunicadores e roupas de uso tático, organizados em compartimentos da casa.
Fontes próximas à investigação confirmaram à coluna de Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, que o influenciador teria vínculos com integrantes do PCC. Segundo apurado pelo Metrópoles, a facção utilizaria Buzeira para intermediar operações financeiras e envio de valores provenientes do tráfico de drogas para o exterior.
Além disso, o influenciador é apontado como um dos rostos “legítimos” usados pela facção para lavagem de dinheiro por meio de apostas e rifas on-line, apresentadas como promoções e sorteios, o que teria facilitado a movimentação de recursos sem chamar atenção das autoridades.
A ação reforça a atuação das autoridades no combate a crimes organizados e expõe como grupos criminosos utilizam figuras públicas para maquiar atividades ilícitas. As investigações continuam em andamento para apurar todas as conexões e responsabilidades envolvidas.
Até o momento, a Polícia Federal não divulgou os nomes das casas de apostas que estariam sob investigação. As autoridades informaram apenas que algumas plataformas utilizadas no esquema operam legalmente no Brasil, amparadas por licenças obtidas no exterior. A defesa de Buzeira e dos demais investigados ainda não se pronunciou sobre o caso. As investigações seguem em andamento.