A qualidade do ar na capital da Índia, Nova Délhi, atingiu níveis perigosos na terça-feira (21), tornando-se a cidade mais poluída do mundo, segundo o grupo suíço IQAir. A piora ocorreu após o festival hindu das luzes, o Diwali, celebrado com fogos de artifício que intensificaram a névoa tóxica sobre a capital indiana. Locais como o Memorial de Guerra do Portão da Índia e o Templo Akshardham ficaram encobertos por poluição densa, registrada por drones que mostraram o céu completamente acinzentado.

Na semana anterior, a Suprema Corte da Índia havia flexibilizado a proibição de fogos de artifício, permitindo o uso dos chamados “fogos de artifício verdes” durante três horas no domingo (19) e na segunda-feira (20). Esses artefatos emitem entre 30% e 50% menos poluentes do que os convencionais, mas não foram suficientes para conter o agravamento da poluição.

Poluição “muito ruim”

De acordo com o IQAir, o índice de qualidade do ar (IQA) da capital chegou a 442, e a concentração de partículas finas PM 2,5 foi mais de 59 vezes superior à meta anual recomendada pela OMS. Segundo a ONU, o PM 2,5 corresponde a partículas com diâmetro igual ou inferior a 2,5 micrômetros, capazes de penetrar profundamente na corrente sanguínea e associadas a doenças cardíacas, pulmonares, AVC e câncer.

O Conselho Central de Controle da Poluição da Índia (CPCB) classificou o ar como “muito ruim”, registrando um IQA de 350, enquanto valores entre 0 e 50 são considerados bons.

O Ministério das Ciências da Terra prevê que os níveis de poluição devem permanecer entre as categorias “Muito Ruim” e “Ruim”, com índices variando de 201 a 400 nos próximos dias. A tendência é que a situação se agrave com a chegada do inverno, quando o ar frio e denso prende as partículas poluentes próximas ao solo. Nesse período, o acúmulo de poeira de construções, a fumaça dos veículos e os incêndios agrícolas intensificam a névoa tóxica.

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