A Polícia Civil do Rio de Janeiro atualizou para 121 o número de mortos na megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital. A ação, batizada de Operação Contenção, teve como alvo o Comando Vermelho e é considerada a mais letal da história do estado e do país.

O novo balanço foi divulgado na manhã desta quinta-feira (30), após a chegada de mais corpos ao Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro do Rio. Segundo a corporação, 117 civis e 4 policiais morreram na operação, que ocorreu na última terça-feira (28).

A Operação Contenção mobilizou cerca de 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar com o objetivo de frear o avanço territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir aproximadamente 100 mandados de prisão. Entre os alvos, 30 suspeitos eram de outros estados, incluindo integrantes da facção vindos do Pará.

De acordo com o governo estadual, 54 corpos foram encontrados no dia da ação e outros 63 foram localizados por moradores em uma área de mata no Complexo da Penha, na quarta-feira (29). A polícia ainda confirmou a morte de quatro agentes de segurança — dois policiais militares e dois civis.

Saiba os resultados pós-operação contra Comando Vermelho

Durante o confronto, as forças de segurança prenderam 113 suspeitos e apreenderam 118 armas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver, além de 14 artefatos explosivos e uma quantidade ainda não divulgada de drogas.

O governo do estado classificou a operação como “o maior baque da história contra o Comando Vermelho”. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que enviará técnicos ao IML para realizar uma perícia independente nos corpos, com o objetivo de esclarecer as circunstâncias das mortes.

A ação superou o Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, que deixou 111 mortos e era até então o episódio mais letal do país. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, afirmou que o confronto durou cerca de 15 horas, começando às 6h da manhã e terminando por volta das 21h.

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Já o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, declarou que todos os mortos, com exceção dos policiais, eram “narcoterroristas”. Ele também informou que será aberta uma investigação por fraude processual contra as pessoas que retiraram os corpos da mata. Segundo Curi, os moradores teriam alterado a cena do crime, inclusive retirando vestes camufladas dos mortos.

A megaoperação contra o Comando Vermelho entra para a história como a mais violenta já registrada no Brasil, levantando debates sobre o uso da força policial, a segurança pública e o combate ao crime organizado no país.