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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
MUNDO

Brasil busca aliviar tarifaço dos EUA após reunião de Mauro Vieira com secretário norte-americano no Canadá

Chanceler brasileiro e Marco Rubio discutem avanço nas negociações comerciais bilaterais e planejam novo encontro presencial nas próximas semanas

Thais Airespor Thais Aires em 12 de novembro de 2025
tarifaço
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados e U.S. Department of State

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu nesta quarta-feira (12) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Niágara, no Canadá, durante os encontros paralelos à reunião do G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo. O encontro teve como foco o impasse comercial entre os dois países e as medidas tarifárias impostas pelo governo norte-americano às exportações brasileiras.

De acordo com o Itamaraty, Mauro Vieira apresentou a Rubio os avanços das discussões técnicas entre Brasil e Estados Unidos e reforçou a proposta de negociação encaminhada a Washington no último dia 4 de novembro. A iniciativa foi resultado de uma reunião virtual entre as equipes dos dois países, com o objetivo de reduzir as tarifas e normalizar o comércio bilateral.

Conversas seguem após encontro entre Lula e Trump

O chanceler brasileiro destacou que a retomada das conversas segue orientação direta dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que trataram do tema em um encontro recente na Malásia. Segundo o Itamaraty, Mauro Vieira e Marco Rubio concordaram em agendar uma nova reunião presencial nas próximas semanas para avaliar o andamento das tratativas e tentar chegar a um consenso sobre as medidas tarifárias.

O debate ocorre em meio à tensão gerada pelo tarifaço anunciado por Donald Trump em julho deste ano. Na ocasião, o presidente norte-americano determinou um aumento de 50% nas tarifas de importação sobre todos os produtos brasileiros. Além da taxação, membros do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram vistos de viagem suspensos e foram incluídos em uma lista de restrições diplomáticas.

Durante reunião em 26 de outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia, Lula e Trump discutiram diretamente o impasse. O encontro, que durou cerca de 50 minutos, aconteceu durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Na ocasião, o presidente brasileiro defendeu o diálogo e solicitou a suspensão temporária das sanções impostas às exportações nacionais enquanto as negociações estivessem em curso.

“O Brasil tem interesse em manter uma relação extraordinária com os Estados Unidos. Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre os dois países, porque nós temos certeza de que, na hora em que dois presidentes sentam em uma mesa, cada um coloca seu ponto de vista, cada um coloca seus problemas, a tendência natural é encaminhar para um acordo”, afirmou Lula durante o encontro.

Governo brasileiro cobra avanços e mantém pressão diplomática

O tema das tarifas vem sendo acompanhado de perto pelo Palácio do Planalto. Na semana passada, Lula afirmou que voltaria a telefonar para o presidente norte-americano caso não houvesse avanços nas negociações até o fim da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém (PA).

De acordo com o Itamaraty, as discussões técnicas entre os dois países vêm evoluindo de forma “gradual e construtiva”. Fontes do Ministério das Relações Exteriores informaram que o Brasil busca uma solução que preserve a competitividade das exportações nacionais e evite prejuízos a setores estratégicos da economia, especialmente o agronegócio e a indústria de base.

O governo norte-americano, por sua vez, ainda não confirmou publicamente a intenção de revisar as tarifas. O secretário Marco Rubio afirmou, em nota divulgada por sua assessoria, que os Estados Unidos “valorizam a parceria com o Brasil e buscam caminhos que beneficiem ambas as economias”, mas ressaltou que qualquer mudança dependerá de “avanços concretos nas áreas de interesse mútuo”.

Enquanto as tratativas seguem, a equipe do Ministério das Relações Exteriores brasileiro mantém diálogo com representantes de entidades empresariais e exportadores afetados pelas tarifas. O objetivo é reunir dados e relatórios que possam embasar as próximas rodadas de negociação e demonstrar o impacto econômico das medidas adotadas por Washington.

A expectativa é que a nova reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio aconteça ainda neste mês, em local a ser definido. Até lá, as equipes técnicas continuarão em contato para ajustar propostas e redigir minutas de entendimento comercial.

A reunião em Niágara foi o primeiro encontro presencial entre os dois representantes desde o anúncio do tarifaço norte-americano. Segundo o Itamaraty, o clima foi considerado “positivo e construtivo”, e o chanceler reiterou que o Brasil permanece aberto ao diálogo e interessado em fortalecer os laços econômicos com os Estados Unidos, um dos principais parceiros comerciais do país.

 

 

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