Goiânia registrou a maior inflação do país em outubro, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de 0,96% coloca a capital de Goiás à frente de Porto Alegre (0,33%) e Grande Vitória (0,31%), liderando o ranking entre 16 capitais e regiões metropolitanas analisadas.

De acordo com o IBGE, o resultado foi fortemente influenciado pelo reajuste de 18,55% nas tarifas de energia elétrica, que entrou em vigor no início de outubro, e pela alta de 4,78% no preço da gasolina.

Causas da alta

O aumento na conta de luz teve impacto direto no orçamento das famílias goianienses. Enquanto em outras capitais o custo da energia ajudou a frear a inflação nacional, em Goiânia o reajuste aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou o índice geral de preços.

Além disso, o IBGE também registrou aumento expressivo nos combustíveis, com destaque para a gasolina, o que afetou principalmente consumidores de renda mais baixa — grupo monitorado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Comparativo nacional

No cenário geral, o índice Brasil, que reúne a média de todas as cidades pesquisadas, apresentou queda de 0,09%, o menor valor mensal desde 1998, quando foi de 0,02%.

O levantamento mostrou que, enquanto Goiânia teve forte avanço, outras capitais apresentaram recuo ou estabilidade nos preços. Entre as menores variações estão São Luís (–0,15%), Belo Horizonte (–0,15%), Campo Grande (–0,08%), Rio de Janeiro (–0,06%) e Curitiba (–0,02%).

No acumulado do ano, a inflação nacional soma alta de 3,73%, e, nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%, abaixo dos 5,1% observados no mesmo período anterior.

Como o IBGE mede a inflação

O cálculo é feito com base na coleta de cerca de 430 mil preços em 30 mil estabelecimentos comerciais de todo o país. Os dados são comparados mês a mês e organizados em dois principais indicadores:

• IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): mede a inflação em famílias com renda de até 40 salários mínimos.

• INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): acompanha o impacto da inflação sobre famílias que ganham até cinco salários mínimos.

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