COP32 tem Etiópia como país sede após disputa com Nigéria
A decisão foi tomada durante a COP30 que continua até dia 21 de novembro em Belém
A Etiópia ganhou a disputa para receber a 32ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP32), prevista para 2027, após a decisão tomada durante a COP30, realizada em Belém. A candidatura etíope, formalizada em setembro, concorria diretamente com a Nigéria e acabou sendo escolhida por unanimidade pelos países africanos, seguindo o sistema de rodízio regional adotado pelas conferências climáticas.
Com a definição, o país assume também a presidência do encontro, função que permite estabelecer prioridades, apresentar suas próprias questões ambientais e conduzir possíveis impasses que surjam ao longo das negociações internacionais.
De acordo com Kebede Desissa, ministro etíope de Relações Públicas e Comunicações, a escolha reflete o reconhecimento internacional aos programas que o país vem implementando para avançar rumo a uma economia verde. Entre essas iniciativas está o “Legado Verde”, campanha voltada ao reflorestamento e ao estímulo a fontes renováveis de energia, considerada uma das principais vitrines ambientais do governo.
COP31 segue sem país sede
Outro ponto destacado é a capacidade do país de organizar eventos de grande porte. A Etiópia sediou mais de 150 conferências e fóruns nos últimos anos, experiência que reforçou sua candidatura. Em 2025, recebeu a II Cúpula do Clima da África, que reuniu mais de 26 mil participantes e resultou na Declaração de Adis Abeba, documento que definiu a posição comum dos países africanos em relação às negociações climáticas globais. Para a COP32, a expectativa é que mais de 50 mil pessoas participem das atividades previstas.
Enquanto isso, permanece indefinida a escolha do país que receberá a COP31, marcada para 2026. Austrália e Turquia continuam na disputa dentro do grupo “Europa Ocidental e Outros”, sem que um consenso tenha sido alcançado. A decisão está travada há meses, sem que nenhuma das candidaturas tenha sido retirada. As regras exigem que todos os países da região concordem com o anfitrião, o que mantém a definição em suspenso mesmo durante a COP30, atualmente em curso em Belém.