EUA classifica Antifa e outros 4 grupos europeus como organizações terroristas
O Departamento de Estado anuncia inclusão de quatro organizações estrangeiras na lista global de terrorismo dos EUA
O governo dos Estados Unidos incluiu nesta quinta-feira (13) o movimento Antifa alemão e outras três organizações europeias na lista de grupos terroristas globais. A medida, anunciada pelo Departamento de Estado dos EUA, estende restrições financeiras e de deslocamento a integrantes das entidades citadas.
A decisão do governo norte-americano dá continuidade a uma política iniciada em 22 de setembro, quando o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva classificando o Antifa como “organização terrorista doméstica”. Até então, a designação se limitava a grupos que atuavam dentro do território dos EUA.
“Dando continuidade ao compromisso em erradicar a campanha de violência política da Antifa, o Departamento de Estado está designando quatro grupos da Antifa como Organizações Terroristas Estrangeiras e Terroristas Globais Especialmente Designados. Os Estados Unidos continuarão utilizando todas as ferramentas disponíveis para proteger nossa nação desses grupos terroristas antiamericanos, anticapitalistas e anticristãos”, afirmou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Grupos afetados pela decisão dos EUA
Além do Antifa, foram atingidos pela nova resolução a Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional, a Justiça Proletária Armada e a Autodefesa de Classe Revolucionária. Segundo o Departamento de Estado, o objetivo é conter atividades de movimentos considerados responsáveis por estimular atos violentos e ataques contra propriedades.
Os antifas ficaram em evidência no primeiro mandato de Trump, especialmente durante os protestos de 2020 motivados pela morte de George Floyd. Na ocasião, o presidente ameaçou classificar o movimento como terrorista, o que provocou reação imediata de entidades de direitos civis e especialistas em direito constitucional.
O termo Antifa, abreviação de “antifascista”, remonta a coletivos formados na Europa nas décadas de 1920 e 1930, criados em reação ao avanço do fascismo na Itália de Benito Mussolini e à ascensão de Adolf Hitler na Alemanha.
Historicamente, o movimento reúne grupos que combatem o racismo, o sexismo e defendem pautas anticapitalistas. Os coletivos não disputam eleições nem buscam representação institucional, mas são conhecidos por adotar métodos diretos de enfrentamento, como depredações e confrontos físicos em manifestações.
Tanto republicanos quanto democratas já criticaram o grupo em diferentes momentos, sobretudo após episódios de violência em protestos. A discussão sobre os limites da ação política se intensificou à medida que os EUA registrou um aumento expressivo nos casos de agressões com motivação ideológica. Segundo o G1, com informações da agência Reuters, os Estados Unidos atravessam o período mais prolongado de violência política desde os anos 1970, com mais de 300 incidentes documentados desde o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Charlie Kirk
Entre os episódios recentes que contribuíram para esse clima está o assassinato de Charlie Kirk, de 31 anos, baleado no pescoço em 10 de setembro durante um evento na Universidade Utah Valley em Orem nos EUA. O suspeito, Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso dois dias depois. Kirk, fundador do grupo estudantil conservador Turning Point USA, planejava percorrer 15 universidades em uma turnê de debates.

Ligado ao movimento Make America Great Again (MAGA), Kirk se tornou uma das vozes jovens mais influentes da direita americana, defendendo valores cristãos, o livre mercado e o direito ao porte de armas. Após a eleição de Trump em 2016, ganhou acesso à Casa Branca e passou a integrar o círculo político mais próximo da família presidencial.