Presidente do Vila Nova critica punição a Bruno Henrique
Hugo Jorge Bravo, autor da denúncia que deu origem à Operação Penalidade Máxima, afirma que multa de R$ 100 mil ao atacante do Flamengo é “insignificante e desproporcional”
A decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de punir o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, apenas com uma multa de R$ 100 mil por suposto envolvimento em manipulação de apostas continua gerando reação no futebol brasileiro. Uma das críticas mais contundentes vem de Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova e responsável pela denúncia que desencadeou a Operação Penalidade Máxima, em 2022.
Para o dirigente, o valor aplicado ao atacante é incapaz de refletir a gravidade da acusação. “É um atleta de envergadura, punido com multa de R$ 100 mil, valor insignificante para o salário mensal dele. Há uma desproporção e uma incoerência entre as punições. A gente vê outro atleta, em uma divisão inferior, sendo punido de forma correta, com punição mais severa”, afirmou Hugo em entrevista ao ge.
Ele reforçou a insatisfação com o desfecho do caso: “A punição ficou muito branda. Para falar a verdade, não teve punição.”
Bruno Henrique havia sido condenado em setembro a 12 jogos de suspensão, acusado de forçar um cartão amarelo contra o Santos, no Brasileirão de 2023, em partida no Mané Garrincha. O Flamengo recorreu, e o jogador atuava com efeito suspensivo até que, nesta quinta-feira (13), o tribunal decidiu pela manutenção apenas da multa — foram seis votos pela pena financeira e três pela suspensão.
O atacante ainda responde na esfera comum: em abril, foi denunciado pela Polícia Federal por fraude esportiva.
Presidente do Vila Nova relembra como começou
Hugo Jorge Bravo relembrou que a Operação Penalidade Máxima começou justamente no Vila Nova, quando o volante Romário aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti na Série B de 2022. Fora da partida, o atleta tentou envolver colegas, mas a tentativa foi descoberta. Policial militar, o presidente do Vila conduziu a apuração inicial e entregou o material ao Ministério Público de Goiás, desencadeando uma investigação de repercussão nacional.
A operação levou à denúncia de 16 pessoas em 2023, entre elas sete jogadores. Romário chegou a ser banido do futebol, assim como Ygor Catatau e Gabriel Tota, mas todos obtiveram liberação para voltar a jogar após mais de dois anos afastados. Em abril deste ano, 23 dos 33 atletas investigados pelo STJD já estavam aptos a atuar.