Trump ataca aliados em meio a crise de caso Epstein
Republicanos apoiam votação para retirar sigilo do caso Epstein e ampliam pressão em Washington
A crise em torno da divulgação dos arquivos sobre Jeffrey Epstein voltou a se intensificar em Washington e atingiu diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta sexta-feira (14), ele atacou publicamente deputados republicanos que aderiram a um movimento iniciado por parlamentares democratas para levar ao plenário uma proposta que obriga o governo a retirar o sigilo de toda a documentação do caso.
Em uma série de mensagens em sua rede social, Trump classificou o grupo como “fracos e tolos” e afirmou que eles teriam sido enganados pela oposição. Ele insistiu que Epstein “era democrata” e disse que nomes como Bill Clinton, Reid Hoffman e Larry Summers deveriam ser questionados sobre o empresário.
A iniciativa apoiada pelos republicanos contestados pelo presidente surgiu de um abaixo-assinado apresentado por democratas. Com a adesão dos opositores, o grupo alcançou o número mínimo de assinaturas exigido para obrigar a Câmara a analisar o projeto, mesmo sem depender de convocação do presidente da Casa. A pressão acumulada fez Mike Johnson, também republicano, decidir levar o tema à votação, segundo relataram fontes do Congresso à CNN Internacional.

Trump promete divulgar contéudo do caso Epstein
Epstein, que circulava entre figuras influentes da política e do entretenimento na década de 1990, foi condenado depois de ser acusado de comandar uma rede de exploração sexual. Preso, morreu na cadeia um mês após a detenção. Durante a campanha eleitoral do ano passado, Trump criticou o sigilo dos arquivos e prometeu divulgá-los ao assumir o cargo, promessa que, até agora, não cumpriu. A demora alimentou especulações sobre eventuais menções ao presidente nos documentos.
Para conter as pressões, o governo passou a liberar seletivamente partes do material para congressistas. Nesta semana, três e-mails do acervo foram tornados públicos por deputados democratas. Em um deles, Epstein afirma que “é claro que ele (Trump) sabia sobre as garotas”, sugerindo que o republicano tinha conhecimento da exploração de menores. Trump nega qualquer vínculo com o esquema.