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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Saúde em alerta

Goiás reforça alerta sanitário após aumento de casos de sarampo nas Américas

Mesmo sem registros desde 2020, Estado intensifica vacinação e vigilância após vizinho confirmar casos da doença

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 15 de novembro de 2025
sarampo
Fernando Frazão/Agência Brasi

A retirada do certificado de eliminação do sarampo nas Américas reacendeu o alerta sanitário em todo o continente. Embora o Brasil mantenha o status de país livre da circulação endêmica já que os 37 casos registrados em 2025 têm origem importada, Estados próximos às regiões de risco reforçaram a vigilância. 

Em Goiás, a preocupação aumentou após o Tocantins confirmar casos recentes da doença, especialmente em municípios que fazem divisa com o Estado e mantêm fluxo intenso de trabalhadores e viajantes.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) reforça que Goiás não possui atualmente nenhum caso notificado ou confirmado de sarampo e que os últimos registros ocorreram em 2020. Mesmo assim, o alerta se faz necessário diante do avanço da doença no Estado vizinho.

A vacinação segue como principal estratégia para evitar a reintrodução do vírus. A primeira dose da tríplice viral deve ser aplicada aos 12 meses e a segunda, com a tetraviral, aos 15 meses de idade. Quem tem de 1 a 29 anos deve apresentar duas doses comprovadas, enquanto pessoas entre 30 e 59 anos precisam de ao menos uma dose. 

Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal contra o sarampo ainda está abaixo da meta: no ano passado, apenas 80,43% do público-alvo recebeu a segunda dose, e em 2025 os índices continuam preocupantes. Municípios do Entorno, especialmente aqueles com maior circulação fronteiriça com o Norte do País, apresentaram desempenho ainda menor, o que acende mais um sinal de alerta para as autoridades sanitárias.

A SES reconhece que a crise sanitária da Covid-19 impactou significativamente a procura por imunização. As restrições de circulação, a desinformação e a falsa sensação de segurança provocada pela redução de doenças infecciosas durante a pandemia contribuíram para a formação de bolsões de pessoas não vacinadas. Esse cenário cria condições favoráveis ao retorno do sarampo, uma das doenças mais contagiosas do mundo. 

Além disso, profissionais de saúde relatam que parte da população ainda acredita que a ausência recente de casos significa baixo risco, quando, na verdade, a queda da cobertura vacinal eleva a chance de propagação rápida caso o vírus seja reintroduzido.

As ações estaduais em Goiás se somam ao monitoramento nacional realizado pelo Ministério da Saúde, que acompanha constantemente os casos confirmados e executa bloqueios vacinais em locais onde há risco de transmissão. Neste ano, surtos em Campos Lindos (TO) e Primavera do Leste (MT) foram desencadeados por viajantes que retornaram da Bolívia, país que enfrenta uma escalada de infecções. 

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ao retirar o certificado de eliminação da doença nas Américas, destacou que o continente registrou 12.596 casos até novembro, número 30 vezes maior que o de 2024. Com a reintrodução constante do vírus por viagens internacionais, o Brasil precisa manter a vigilância ampliada para impedir novos surtos.

Vacinação como ferramenta contra o sarampo e outros vírus

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Foto: SES

Além do risco do sarampo, a SES divulgou um levantamento sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que reforça a importância da vacinação como ferramenta de proteção. Entre janeiro e outubro de 2025, Goiás registrou 9.560 casos de SRAG, com 700 mortes. Do total, 172 foram causadas por influenza, sendo 84% em pessoas não vacinadas. 

A análise mostra que, entre crianças de 1 a 4 anos, a vacinação reduziu em 66% a gravidade dos casos, e em pacientes com doença renal crônica, a queda foi de 62%. Os dados evidenciam como a imunização impacta diretamente a severidade das doenças respiratórias, reforçando a necessidade de manter o calendário vacinal atualizado.

Com o crescimento dos casos de sarampo no Tocantins e a vulnerabilidade causada pela queda vacinal, a SES-GO reforça que manter Goiás protegido depende da adesão da população. As autoridades destacam ainda que, além da proteção individual, a vacinação cria uma barreira coletiva capaz de impedir a circulação do vírus. 

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