A obesidade tornou-se um dos pontos mais críticos para a saúde reprodutiva de homens e mulheres em idade fértil, e já aparece como fator determinante no aumento das dificuldades para engravidar. Estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam que 17,5% dos adultos terão algum grau de infertilidade, cenário em que o peso corporal exerce influência direta tanto na ovulação quanto na produção de espermatozoides.

Quando a obesidade altera o sistema hormonal

Entre os brasileiros, os impactos ganham escala ainda maior: o Atlas Mundial da Obesidade mostra que 68% da população tem excesso de peso. A obesidade, além de provocar um ambiente inflamatório persistente, interfere no equilíbrio hormonal que sustenta o ciclo reprodutivo. Nas mulheres, causa irregularidade menstrual e redução da frequência de ovulação. Nos homens, compromete a concentração e a mobilidade dos espermatozoides, além de reduzir níveis de testosterona, favorecendo quadros de disfunção erétil.

A rotina de sedentarismo, o consumo elevado de ultraprocessados e o uso prolongado de telas intensificam o quadro metabólico desfavorável, ampliando o risco de infertilidade mesmo em pessoas jovens. Especialistas reforçam que a preparação para a concepção — espontânea ou assistida — exige estabilização do peso e acompanhamento contínuo.

Riscos ampliados durante a gravidez

O impacto, porém, não se limita ao período pré-concepcional. Estudos mostram que mulheres com obesidade enfrentam taxas mais elevadas de aborto espontâneo, além de maior probabilidade de desenvolver hipertensão, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e de vivenciarem partos prematuros. A condição aumenta riscos para a mãe e para o bebê desde as primeiras semanas até o pós-parto.

Caminhos para proteger a saúde reprodutiva

A adoção de hábitos saudáveis é vista como estratégia de proteção central para quem deseja engravidar. Não fumar, manter sono adequado, controlar o estresse, regular o peso, reduzir o consumo de álcool e praticar exercícios físicos estão entre as recomendações.