Atlético-GO vira “juiz do acesso” e pode decidir destino do Goiás na última rodada
Adson Batista garante que Atlético-GO jogará para vencer, mesmo “não querendo” ver o Goiás na Série A
O destino resolveu colocar o Atlético-GO no centro de uma disputa que já parecia não ser mais dele. Sem qualquer chance de acesso, o Dragão chega à última rodada da Série B ocupando a 10ª posição e apenas cumprindo tabela — mas, ironicamente, com um papel que pode mexer diretamente com o futuro do rival Goiás. Ao enfrentar a Chapecoense fora de casa, o time goiano pode ser justamente o fiador ou o algoz da esperança esmeraldina.
A matemática da rodada colocou o Atlético-GO em posição estratégica. A Chapecoense, com 59 pontos, só sobe se vencer. O Goiás, por sua vez, depende de vitória diante do Remo para garantir o retorno à elite. Um empate esmeraldino só serve caso aconteça um dos cenários paralelos: derrota do Criciúma para o Cuiabá ou qualquer resultado que não seja vitória da Chape diante do Dragão. Por tabela, o Atlético-GO pode se tornar o responsável indireto por empurrar o rival para a Série A — algo que não agrada internamente.
Adson Batista, presidente rubro-negro, foi questionado repetidas vezes ao longo da semana. A torcida do Goiás monitora cada declaração; opositores provocam; e a imprensa nacional repercute o simbolismo de uma rodada em que rivais históricos se cruzam sem se enfrentar. Mas o dirigente foi direto como de costume. Disse abertamente que não torce pelo acesso do Goiás e que não gostaria de ver o rival na Série A — porém garantiu que isso não tem qualquer impacto dentro de campo.
Segundo Adson, o compromisso do Atlético-GO é com a competição, não com o destino alheio. O dirigente afirmou que a equipe vai entrar para vencer, respeitar o campeonato e honrar a camisa, mesmo sem brigar por vaga. A fala vem acompanhada de um diagnóstico duro sobre o próprio ano do Dragão: um primeiro turno fraco, perda de pontos considerados “bobos” e uma recuperação que, embora sólida, não foi suficiente para recolocar o clube na luta.
A partida contra a Chapecoense se transforma, portanto, em um jogo com dupla narrativa. Para o Atlético-GO, é a chance de fechar o ano com dignidade, premiar o elenco e comprovar evolução no segundo turno. Para a Chape, é vida ou morte na busca por uma vaga que fugiu por detalhes. E para o Goiás, trata-se de acompanhar à distância um adversário que, mesmo não querendo ajudar, pode ajudar.
O enredo é típico de reta final de campeonato: rivalidade, ironia do futebol, pressões externas e interesses cruzados. No fim, o Dragão não joga pelo Goiás — mas o que acontecer em Chapecó pode decidir o destino esmeraldino em 2026.