Brasileiro ligado ao PCC é preso em Portugal após operação internacional
Ygor Daniel Zago, o “Hulk”, era procurado pela Interpol e é investigado por esquema de combustível adulterado em Portugal
A Polícia Judiciária de Portugal prendeu, em Lisboa, o brasileiro Ygor Daniel Zago, conhecido como Hulk, considerado pelas autoridades brasileiras um dos principais nomes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi detido ao lado da esposa, Fernanda Ferrari Zago, em uma operação que cumpriu mandados internacionais de prisão.
Zago integrava a lista de difusão vermelha da Interpol e tinha prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Ele já havia sido condenado a 29 anos de prisão por tráfico internacional, chegou a ser preso em 2021, mas obteve autorização judicial para recorrer em liberdade.
As autoridades brasileiras o apontam como um dos maiores traficantes do País, com atuação direta no envio de cocaína para o exterior e conexões com a cúpula do PCC.
Polícia de Portugal investigava o casal brasileiro

De acordo com informações divulgadas pelo jornal Público, Zago e a esposa passaram a ser investigados em Portugal por envolvimento em uma organização criminosa dedicada ao comércio ilegal de combustível adulterado com metanol.
A investigação avançou após a apreensão de 30 mil litros de combustível adulterado em 2023, o que permitiu rastrear fluxos financeiros, depósitos suspeitos e rotas utilizadas pelo grupo para distribuir o produto. Segundo a Polícia Judiciária, a quadrilha operava de maneira estruturada, com funções claramente definidas entre seus membros.
O brasileiro teria chegado a Portugal em maio de 2024 e, desde então, estava sendo monitorado pelas autoridades, que o apontam como figura central nas operações do grupo.
Após a prisão, Zago e a esposa foram encaminhados ao Tribunal da Relação de Lisboa, que irá definir as medidas de coação, como prisão preventiva, monitoração ou outras restrições. Pelos crimes investigados em Portugal, o casal pode enfrentar penas de até 12 anos de prisão, além da possibilidade de extradição para o Brasil, onde Zago possui condenações pendentes.
As autoridades portuguesas afirmam que as investigações continuam e que novas prisões podem ocorrer à medida que o esquema de adulteração de combustível e lavagem de dinheiro for aprofundado.