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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Cessar-Fogo

Gaza: Conselho de Segurança da ONU aprova “Plano de Paz” de Trump

Resolução afirma proposta de cessar-fogo e cria órgão de transição para conduzir reconstrução e estabilização de Gaza

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 18 de novembro de 2025
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Foto: WAFA/ Wikimedia Commons

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (17) a resolução dos Estados Unidos que apoia o plano do presidente Donald Trump para encerrar a guerra em Gaza. O documento também autoriza o envio de uma força internacional de estabilização e cria o “Conselho de Paz”, órgão de transição que deverá coordenar a reconstrução e a recuperação econômica do território palestino.

A decisão ocorre após Israel e Hamas terem aceitado, no mês passado, a primeira etapa do plano de 20 pontos elaborado por Trump. Essa fase inicial prevê um cessar-fogo na guerra que já dura dois anos e um acordo para a libertação dos reféns. A resolução inclui o plano como anexo e é vista como essencial para dar legitimidade ao processo e tranquilizar países que consideram enviar tropas a Gaza. O texto também autoriza ações de desmilitarização, como o desarmamento e a destruição da infraestrutura militar no território.

A Rússia, que tem poder de veto, havia indicado oposição, mas acabou se abstendo, o que permitiu a aprovação. A Autoridade Palestina já havia expressado apoio ao documento na sexta-feira (14). Porém, a resolução gerou debate em Israel por mencionar a possibilidade futura de formação de um Estado palestino. O texto afirma que “as condições poderão finalmente estar estabelecidas para um caminho credível rumo à autodeterminação e à formação de um Estado palestino”, caso reformas sejam adotadas e a reconstrução avance.

A resolução também diz que “os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para chegar a um acordo sobre um horizonte político para uma coexistência pacífica e próspera”. No domingo (16), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pressionado por aliados da ala direita, reafirmou que Israel se opõe à criação de um Estado palestino e declarou que Gaza será desmilitarizada “do jeito fácil ou do jeito difícil”.

O Hamas mantém a recusa em entregar as armas. No fim de domingo, um grupo de facções liderado pelo movimento divulgou uma nota criticando a resolução, chamando-a de passo perigoso rumo à tutela estrangeira e afirmando que o texto atende aos interesses de Israel. 

Israel pede “expulsão” do Hamas de Gaza

Nesta terça-feira, Netanyahu pediu a expulsão do Hamas da região, um dia após o endosso da ONU ao plano. As posições rígidas dos dois lados dificultam o avanço do processo, que não define prazos nem mecanismos concretos, apesar do amplo apoio internacional.

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Donald Trump e Benjamin Netanyahu (Foto: Divulgação/ Casa Branca)

Após a votação, Netanyahu publicou mensagens na rede X. Em uma delas, elogiou Trump, e em outra, afirmou que o plano pode abrir caminho para “paz e prosperidade” porque exige a “desmilitarização total, o desarmamento e a desradicalização de Gaza”. Ele também disse que “Israel estende sua mão em paz e prosperidade a todos os nossos vizinhos” e pediu que países da região se unam para expulsar o Hamas. Segundo um porta-voz, a expulsão significa impedir que o grupo permaneça em Gaza ou volte a governar a população.

O plano de Trump prevê anistia a integrantes do Hamas que aceitarem coexistência pacífica e entregarem as armas, além de passagem segura para quem quiser deixar Gaza. Outra cláusula determina que o Hamas não terá papel na administração do território, embora não exija a dissolução do movimento. O documento também diz que reformas na Autoridade Palestina podem criar condições para um caminho rumo à autodeterminação e à formação de um Estado palestino. Antes da votação, Netanyahu, sob pressão do governo israelense, já havia rejeitado tanto a criação do Estado quanto qualquer envolvimento da Autoridade Palestina em Gaza.

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