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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
reconhecer a violência

Violência contra mulher segue subnotificada no país

Levantamento revela que brasileiras ainda têm dificuldade de reconhecer agressões e desconhecem canais de denúncia

Luana Avelarpor Luana Avelar em 19 de novembro de 2025
violência
O que as estatísticas revelam, de forma inequívoca, é que reconhecer a violência permanece um dos principais desafios para enfrentá-la. Foto: Sindpol

O novo Índice de Conscientização sobre Violência contra as Mulheres, elaborado pelo Instituto Natura e Avon, mostra que o país ainda mantém uma compreensão limitada sobre o que constitui violência de gênero. O levantamento aponta que 4 em cada 10 mulheres não reconhecem como violência situações que sofreram e que a legislação classifica como abuso. O reconhecimento segue concentrado na agressão física, enquanto violências psicológicas, morais, patrimoniais e sexuais permanecem naturalizadas e pouco identificadas.

A pesquisa indica também que, mesmo quando a violência é percebida, a busca por ajuda continua restrita. Embora 98% afirmam que reagiriam diante de uma agressão, apenas 73% das mulheres que já sofreram violência procuraram apoio, majoritariamente com familiares ou pessoas próximas. A formalização de denúncias e o acionamento da polícia seguem raros, revelando a distância entre reconhecer o abuso e acessar o sistema de proteção.

Normas sociais ainda influenciam a reação da população. Entre os entrevistados, 60% consideram que conflitos de casal devem ser resolvidos apenas entre as partes, e 15% não ajudariam uma mulher por acharem que “não é da sua conta”. O resultado contrasta com os 90% que afirmam ter responsabilidade diante de casos de agressão, evidenciando contradições entre discurso e prática.

As lacunas de informação também são significativas. Embora 62% se lembrem de campanhas de conscientização, apenas 42% dizem que elas ajudam a esclarecer o que é violência de gênero, e só 37% sabem onde denunciar. A falta de conhecimento reduz a capacidade de reação das vítimas e compromete a rede de proteção.

O estudo ouviu 4.224 pessoas acima de 18 anos, entre junho e agosto de 2025, em todas as regiões do país, seguindo recortes de renda, escolaridade e gênero definidos pelo IBGE. O índice será atualizado periodicamente para monitorar mudanças na percepção da população.

LEIA MAIS: https://ohoje.com/2025/11/18/mulher-e-indiciada-por-injuria-em-goiania/

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