A última rodada da Série B reserva um confronto que, mesmo acontecendo a mais de dois mil quilômetros de Belém, tem influência direta no destino do Goiás. Chapecoense e Atlético-GO se enfrentam na Arena Condá em um jogo que mistura pressão, casa cheia, estratégia sigilosa e, acima de tudo, impacto imediato na briga pelo acesso. O time é o 5º colocado, com 59 pontos, e só terá chance de subir se vencer o Atlético-GO e torcer para que o Remo derrote o Goiás.Goiás viaja com “esquema de guerra” Ou seja: tudo o que a Chape pode conquistar depende de vencer o Dragão – e é justamente aqui que o jogo ganha contornos decisivos para o Esmeraldino.

Como chega o Atlético-GO

Do outro lado, o Atlético-GO chega sem chances matemáticas de acesso, mas em um momento mais equilibrado: são três partidas sem perder, um time mais organizado sob o comando de Rafael Lacerda e um ambiente sem pressão, o que pode torná-lo um adversário mais perigoso. Jogando leve, solto e sem obrigações, o Dragão sabe que pode decidir o futuro de dois rivais regionais sem sequer ter essa intenção. A equipe goiana terá Paulo Vítor; Valdir, Tito, Adriano Martins, Guilherme Romão; Ronald, Robert Santos, Ariel; Jean Dias, Martínez e Lelê, em uma formação veloz pelos lados e capaz de complicar a vida da Chape nos contra-ataques.

Chapecoense depende de vencer – e isso muda tudo

A Chapecoense, por sua vez, vive um turbilhão. O técnico Gilmar Dal Pozzo classificou o jogo como “uma final” e revelou estar preparando uma estratégia diferente para os primeiros 15 a 20 minutos, que ele considera o trecho mais crítico da partida. Dal Pozzo evitou qualquer detalhe tático, afirmando que não iria “dar armas ao Lacerda”, mas deixou claro que o time pode ter uma escalação diferente do esperado porque parte da análise pré-jogo está focada no aspecto mental: quem aguenta o peso da ocasião e quem sente demais.

Ele admitiu que alguns atletas lidam com a tensão como se fosse “um joguinho de fim de ano”, enquanto outros travam, o que pode influenciar diretamente na escolha da formação inicial.

Ordem de silencio

Para controlar o emocional, o treinador proibiu o elenco de comentar ou acompanhar resultados paralelos. Ninguém pode falar de Remo x Goiás, nem de outros jogos que envolvam Chapecoense e concorrentes diretos. Apenas uma equipe do clube estará monitorando o andamento da rodada e repassará informações “no momento certo”. A decisão de blindagem tenta evitar o colapso psicológico típico de decisões simultâneas.

O clima na cidade acompanha esse peso. Os ingressos foram esgotados ainda na manhã de sexta-feira, com cerca de 10 mil bilhetes destinados ao público geral – já que o clube precisa reservar espaço para sócios. A Arena Condá deve receber mais de 19 mil torcedores em um ambiente intenso, ruidoso e que pode tanto impulsionar quanto desestabilizar a equipe. A grande procura só reforça o tamanho da expectativa para um jogo que, se vencer, pode devolver a Chape à Série A dependendo apenas de um tropeço do Goiás.

O fator emocional do Atlético-GO que pode ajudar o Goiás

Mesmo sem disputar o acesso, o Atlético-GO é o grande fator de desequilíbrio da rodada. Joga sem peso, vive boa fase, tem elenco competitivo e pode se beneficiar da ansiedade chapecoense, especialmente nos minutos iniciais, justamente o período que Dal Pozzo tenta blindar. A partida, portanto, interessa diretamente ao Goiás: o Dragão pode ser seu maior aliado ou seu maior problema neste domingo. E tudo isso sem precisar se envolver na disputa pelo G-4.