EUA classifica Maduro como membro de grupo terrorista
Líder venezuelano reage a classificação de Trump e chama de “ridícula”
A decisão dos Estados Unidos de incluir o Cartel de los Soles em sua lista de organizações terroristas ampliou a tensão com o governo da Venezuela. A classificação foi oficializada nesta segunda-feira (24) e, segundo o secretário de Guerra norte-americano, Pete Hegseth, abre “uma série de novas opções para os EUA” no país vizinho. Washington afirma que o grupo é chefiado por Nicolás Maduro e atua no tráfico de drogas da América do Sul para território norte-americano, em cooperação com a gangue Tren de Aragua.
O presidente Donald Trump declarou que a medida dá poder para atacar alvos ligados ao governo venezuelano, embora tenha dito que não pretende fazê-lo. Mesmo assim, repetiu que “todas as opções” permanecem disponíveis. Desde setembro, os EUA reforçaram a presença militar na região, com navios de guerra, caças F-35 e o porta-aviões USS Gerald Ford.

Caracas rejeitou a ação dos Estados Unidos. Nicolás Maduro classificou como “ridícula” a designação, e o chanceler Yvan Gil afirmou que se trata de um “clássico formato de mudança de regime”.
“A Venezuela rejeita categórica, firme e absolutamente a nova e ridícula fabricação do secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, que designa o inexistente Cartel de Los Soles como organização terrorista”, afirmou o chanceler em um canal no Telegram.
Autoridades dos EUA alertam sobre riscos no espaço aéreo
A tensão também gerou efeitos na aviação civil. Após alerta da FAA sobre riscos no espaço aéreo venezuelano, companhias internacionais suspenderam voos de e para Caracas. Avianca, Gol, TAP, Iberia e Latam interromperam operações entre sábado (22) e segunda-feira (24), citando a necessidade de avaliar a segurança na área. A FAA alertou para uma “situação potencialmente perigosa” devido ao aumento da atividade militar, recomendando cautela em voos que passem pela região.
Em comunicado as autoridades dos EUA afirmaram: “As ameaças podem representar um risco potencial para as aeronaves a todas as altitudes, incluindo durante os sobrevoos, as fases de chegada e partidas de voos, e/ou para aeroportos e aeronaves em terra”.