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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Conflito

“Preço doloroso”: Tensões entre China e Japão continuam a se agravar

Pequim relembra o domínio do Japão sobre Taiwan e acusa Tóquio de alimentar ilusões militares ao avançar dos mísseis

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 27 de novembro de 2025
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Foto: Site oficial de residência do primeiro-ministro / Wikimedia Commons

Mais uma reação do governo chinês ao plano japonês de instalar mísseis em uma ilha próxima a Taiwan voltou a elevar tensões que já vinham se acumulando na região. Nesta quinta-feira (27), o Ministério da Defesa da China afirmou que o Japão terá de pagar um “preço doloroso” se ultrapassar os limites definidos por Pequim em relação ao estreito. A crítica surgiu após a confirmação de que Tóquio avança na instalação de uma unidade de mísseis terra-ar de médio alcance em Yonaguni, ilha localizada a cerca de 110 quilômetros da costa leste de Taiwan.

A resposta chinesa foi reforçada quando autoridades foram questionadas sobre o destacamento militar, que já havia sido criticado anteriormente. O Ministério da Defesa afirmou que a “solução da questão de Taiwan” é um assunto interno da China e não diz respeito ao Japão, lembrando que Tóquio controlou a ilha entre 1895 e 1945. O porta-voz Jiang Bin declarou que “o Japão não só deixou de refletir profundamente sobre seus graves crimes de agressão e domínio colonial em Taiwan, como, ao contrário, desafiando a opinião mundial, alimentou a ilusão de uma intervenção militar no Estreito de Taiwan”.

Em seguida, Bin afirmou que “o Exército de Libertação Popuular possui capacidades poderosas e meios confiáveis para derrotar qualquer inimigo invasor. Se o lado japonês ousar cruzar a linha, mesmo que minimamente, e atrair problemas para si, inevitavelmente pagará um preço doloroso”. As declarações se somam a um período de forte desgaste nas relações entre os dois países, intensificado depois que a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, afirmou que um ataque chinês a Taiwan poderia levar Tóquio a uma resposta militar.

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Shinjiro Koizumi (Foto: MAFF/ Wikimedia Commons)

O plano japonês foi detalhado no domingo (23) pelo ministro da Defesa, Shinjiro Koizumi, que disse que a instalação da unidade em Yonaguni está “avançando firmemente”. A ilha integra a província de Okinawa e tem sido tratada como ponto estratégico pelo governo japonês diante do aumento das tensões na região. A iniciativa, porém, desencadeou reações também por parte da Rússia.

Além de “preço doloroso” Japão sofre mais pressões

O Ministério das Relações Exteriores russo declarou nesta quinta-feira que Moscou se reserva o direito de responder duramente ao avanço japonês. Para o governo russo, o Japão age sob influência dos Estados Unidos e integra um movimento de militarização que coloca em risco a estabilidade regional. Moscou ainda acusou Tóquio de estar “bombardeando essas ilhas com armas” como parte desse processo.

Ainda, Donald Trump também entrou na crise ao pedir em ligação, que Sanae Takaichi não agravasse a disputa com a China, segundo o G1 com informações da Reuters. O apelo buscava evitar nova escalada e proteger o acordo comercial firmado com Pequim. Fontes afirmam que o pedido foi sutil e sem exigências específicas. O governo japonês negou a conversa.

A ligação ocorreu após Trump falar com Xi Jinping, que reiterou que o “retorno de Taiwan à China” é essencial para Pequim.

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Xi Jinping e Donald Trump (Foto: Divulgação/ Casa Branca)

Enquanto as potências trocam declarações, Taiwan reforça sua posição. O governo democraticamente eleito da ilha rejeita as reivindicações chinesas e afirma que apenas sua população pode decidir o futuro do território. Em meio ao aumento da pressão, o presidente Lai Ching-te anunciou nesta semana um plano para investir US$ 40 bilhões adicionais em defesa pelos próximos oito anos. A China criticou a iniciativa, afirmando que os gastos representam desperdício e que esse caminho só levaria Taipé ao desastre.

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