Brasileira amputada após atropelamento no metrô de NY receberá US$ 81,7 milhões
Arquiteta brasileira atua hoje em políticas de acessibilidade em Nova York.
A brasileira Luisa Janssen Harger da Silva, de 31 anos, garantiu uma indenização de US$ 81,7 milhões após decisão da Justiça dos Estados Unidos. O valor, equivalente a cerca de R$ 435 milhões, foi fixado pelo Tribunal Federal do Brooklyn. A decisão responsabiliza a Autoridade Metropolitana de Transporte de Nova York (MTA) por negligência no acidente que amputou o braço e a perna esquerdos da jovem catarinense.
A princípio, o caso teve início em 2016, quando Luisa tinha 21 anos e passava férias nos Estados Unidos. Ela visitava Nova York com o namorado. Sendo assim, ao retornar à plataforma da estação Atlantic Avenue–Barclays Center, no Brooklyn, desmaiou, caiu nos trilhos e foi atingida por um trem que se aproximava. O impacto provocou ferimentos graves. Enfim, a brasileira permaneceu internada por 24 dias, passou por várias cirurgias e recebeu enxertos de pele. Hoje, utiliza próteses.

Acidente com brasileira e responsabilização da MTA
Quase uma década após o episódio, a Justiça norte-americana concluiu que a MTA tinha conhecimento dos riscos de queda nas plataformas havia pelo menos 15 anos. Havia estudos internos e propostas para instalar portas de proteção. Ou seja, mecanismos que evitariam acidentes. No entanto, segundo a defesa, as iniciativas foram rejeitadas pelo órgão de transporte.
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A decisão judicial determinou que a agência indenize Luisa pelo conjunto de danos físicos, psicológicos e materiais decorrentes do atropelamento. Por fim, a MTA informou que discorda do veredicto e que recorrerá.

Trajetória acadêmica e atuação internacional
Depois do acidente, Luisa desenvolveu carreira acadêmica e profissional ligada à arquitetura e à acessibilidade. Ela se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Além disso, realizou intercâmbio na University of Westminster, em Londres, entre 2014 e 2015. Em seguida, concluiu mestrado em Arquitetura pela City University of New York, em 2020.
Atualmente, vive no Brooklyn. Também integra o Comitê Técnico de Acessibilidade responsável por colaborar na revisão do Código de Construção de Nova York. Dessa forma, participa da formulação de políticas urbanas voltadas à inclusão e segurança.