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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
EUA

Trump promete barrar imigração de países do “terceiro mundo”

Presidente norte-americano intensifica ataques ao sistema migratório e vincula estrangeiros à “disfunção social”

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 28 de novembro de 2025
trump
Foto: Divulgação/ Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a centrar o debate político na imigração ao anunciar, nesta sexta-feira (28), que pretende “pausar permanentemente” a entrada de pessoas vindas do que classificou como países do “terceiro mundo”. O republicano não citou quais nações entrariam nesse grupo, mas afirmou que a medida seria necessária para que o sistema migratório norte-americano “se recupere totalmente”. A declaração foi publicada em uma rede social e marcou um novo endurecimento nas promessas do presidente sobre políticas de fronteira.

Trump também afirmou na publicação que quer extinguir benefícios e subsídios destinados a não-cidadãos que residem nos EUA. No mesmo texto, declarou que pretende “desnaturalizar imigrantes que minam a tranquilidade doméstica e deportar qualquer estrangeiro que seja um encargo público, risco à segurança ou incompatível com a Civilização Ocidental”. As publicações foram divulgadas durante a madrugada posterior ao feriado de Ação de Graças, momento que o republicano usou para responsabilizar imigrantes pela “disfunção social” que atribui ao país.

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Donald Trump em cerimônia de ação de graças (Foto: Divulgação/ Casa Branca)

Segundo Trump, milhões de pessoas teriam sido admitidas ilegalmente durante o governo Biden. Ele prometeu revogar essas autorizações e mencionou inclusive permissões assinadas por “Autopen”. O presidente afirmou que somente uma política de “migração reversa” seria capaz de enfrentar o cenário atual. Nas mensagens, relacionou a presença de imigrantes ao aumento da criminalidade, à pressão sobre serviços públicos e à deterioração de áreas urbanas.

Na quinta-feira (27), Trump já havia solicitado a revisão de Green Cards concedidos a cidadãos de 19 países, entre eles Afeganistão, Chade, Congo, Eritreia, Guiné Equatorial, Haiti, Irã, Iêmen, Líbia, Mianmar, Somália, Sudão, Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.

As declarações ocorrem após a morte de uma guarda nacional ferida no ataque registrado na quarta-feira (26) perto da Casa Branca. Dois soldados foram baleados, e um deles permanece em estado grave.

O suspeito, Rahmanullah Lakanwal, de 29 anos, é um imigrante afegão que, segundo o governo, está irregular no país. Ele chegou aos EUA em 2021 com um visto especial destinado a afegãos que colaboraram com os Estados Unidos durante a guerra e que poderiam enfrentar represálias do Talibã após a retirada das tropas americanas.

ONU pede para que Trump não endureça políticas

Ainda, após as declarações desta sexta-feira, agências da ONU pediram que Washington mantenha o acesso de solicitantes de asilo ao país. O porta-voz do escritório de direitos humanos da organização, Jeremy Laurence, afirmou: “Eles têm direito à proteção sob o direito internacional e devem receber o devido processo legal”.

A porta-voz da agência de refugiados, Eujin Byun, reforçou que pessoas que buscam proteção precisam ter acesso ao território e ao processo de asilo, destacando que a maioria dos refugiados cumpre a lei nos países que os recebem. “Portanto, neste momento, queremos realmente apelar para os Estados que estão recebendo refugiados e solicitantes de asilo”, finalizou ela.

O termo “terceiro mundo”, usado pelo republicano, já não é considerado adequado na geopolítica atual. A expressão surgiu na Guerra Fria para classificar países pobres ou em desenvolvimento que não se alinhavam aos EUA nem à União Soviética, definição que incluía Brasil, América Latina, grande parte da África, boa parte do mundo árabe, Índia e países do sudeste asiático. Embora ultrapassado, o termo ainda aparece ocasionalmente em discursos informais, como o de Trump.

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