A Polícia Militar de Goiás desmontou mais uma estrutura ligada ao tráfico de drogas na Região Metropolitana de Goiânia. Em uma ação considerada de alto impacto, equipes do 39º Batalhão descobriram um túnel subterrâneo dentro da cozinha de uma residência na Vila Rosa, bairro às margens da Avenida Rio Verde. No local, foram apreendidos 111 quilos de skunk, uma droga de alto teor psicoativo conhecida como “supermaconha”. A carga está avaliada em aproximadamente R$ 2,2 milhões e representa um duro golpe contra o tráfico interestadual que abastece Goiânia e Aparecida.

A operação começou por volta das 23h de sexta-feira (28), após informações levantadas pelo serviço de inteligência da PM, que já monitorava movimentos suspeitos na área. De acordo com os policiais, a casa funcionava como um ponto estratégico de armazenamento e distribuição, o que é comum em estruturas profissionais do tráfico, utilizadas para dificultar ações de fiscalização e esconder grandes quantidades de droga.

O túnel encontrado na cozinha chamou atenção pela forma como foi construído. A entrada era camuflada por uma cobertura de cerâmica, dificultando a visualização externa. Dentro da passagem subterrânea estavam dezenas de pacotes prensados de skunk, todos embalados de forma semelhante às cargas que circulam em operações de tráfico de grande escala. A polícia acredita que o imóvel era um centro logístico para abastecer pontos de venda espalhados por Goiânia e Aparecida de Goiânia.

Investigação contra o tráfico de drogas

O suspeito preso no local, um jovem de 26 anos, seria o responsável por guardar e distribuir os entorpecentes. Ele foi conduzido à Central de Flagrantes e autuado novamente por tráfico de drogas. Conforme dados da Secretaria de Segurança Pública, o homem possui um histórico significativo: foi preso três vezes, nos anos de 2019 e 2021, sempre por envolvimento com o tráfico. Ele também respondia em liberdade por um processo do mesmo crime, aberto após ter sido flagrado em Anápolis com quase 50 kg de maconha há quatro anos.

Para a Polícia Militar, a prisão tem grande relevância para o enfrentamento ao tráfico, principalmente pela quantidade de droga apreendida e pela sofisticação do esconderijo. Segundo os militares que participaram da ação, o uso de túneis e compartimentos subterrâneos demonstra que grupos criminosos têm investido em métodos mais elaborados para tentar ocultar cargas e evitar a repressão.

A 39º BPM destacou que a apreensão representa não apenas um prejuízo financeiro ao tráfico, mas também uma interrupção na cadeia de distribuição que abasteceria milhares de usuários na capital. Ele reforçou que operações como essa fazem parte de uma estratégia contínua para desarticular redes de fornecedores e identificar imóveis usados como depósitos.

Além da droga e da estrutura subterrânea, os policiais encontraram no imóvel equipamentos e embalagens utilizados no fracionamento e preparo dos entorpecentes, indicando que o local funcionava como uma verdadeira central de distribuição do tráfico. A investigação agora segue para tentar identificar outros envolvidos, especialmente fornecedores e colaboradores que ajudavam a movimentar grandes quantidades de droga.

A Polícia Militar ressaltou que o combate ao tráfico continuará sendo prioridade, principalmente em áreas residenciais onde criminosos tentam se esconder em meio à rotina da comunidade. A corporação reforçou a importância de denúncias anônimas, que ajudam a identificar movimentações estranhas e pontos de armazenamento usados por organizações criminosas ligadas ao tráfico.