Defesa de Juliana Oliveira contesta arquivamento de inquérito contra Otávio Mesquita
Defesa aponta desvalorização de denúncia apresentada
A defesa de Juliana Oliveira criticou o arquivamento do inquérito que investigava o apresentador Otávio Mesquita por estupro. A decisão do Ministério Público de São Paulo, oficializada em 12 de novembro, encerrou a apuração criminal. A princípio, o órgão concluiu que não havia elementos suficientes para dar continuidade à investigação.
Segundo nota divulgada pelos advogados de Juliana, o MP tratou o principal material apresentado — um vídeo que, segundo a acusação, mostraria agressões sexuais e uma confissão — como algo irrelevante para fundamentar uma ação penal. A defesa afirmou que o entendimento reforça um padrão de desvalorização de denúncias feitas por mulheres negras. Assim, os representantes jurídicos classificaram a decisão como reflexo de práticas estruturais dentro do sistema de Justiça.

Críticas ao Ministério Público
No comunicado, os advogados alegaram que o arquivamento estaria alinhado a “ideologias raciais e patriarcais”. Para eles, a análise desconsiderou que vítimas negras enfrentam obstáculos para que suas denúncias sejam reconhecidas pelo Estado. A nota também citou decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Dessa forma, a defesa buscou reforçar a tese de tratamento desigual em casos envolvendo vítimas negras.
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Apesar do encerramento do inquérito, a equipe jurídica informou que buscará reverter a decisão. A defesa afirmou que recorrerá às instâncias superiores e utilizará todos os instrumentos legais disponíveis. Ou seja, a estratégia prevê tentar reabrir o caso e impedir que o episódio permaneça arquivado.

Posicionamento de Otávio Mesquita
Otávio Mesquita comentou o arquivamento pela primeira vez desde o início do caso. Em entrevista ao portal LeoDias, disse estar aliviado com o desfecho e declarou confiança no sistema de Justiça. Ele afirmou que nunca respondeu a processos relacionados à sua carreira ou vida pessoal. Assim, o apresentador reforçou que a decisão confirma, segundo ele, sua trajetória profissional.

Enquanto isso, a nota divulgada pela defesa de Juliana manteve o tom de contestação. Os advogados reiteraram que continuarão buscando uma análise técnica das provas nas instâncias superiores. Por fim, destacaram que pretendem evitar que o caso se torne mais um exemplo de arquivamento envolvendo vítimas negras, conforme apontaram no documento.