O pré-candidato à presidência do Peru, Rafael Belaunde Llosa, do partido Libertad Popular, foi alvo de um ataque a tiros na manhã desta terça-feira enquanto se deslocava em uma caminhonete pela região de Cerro Azul. A informação de que o político está fora de risco foi confirmada à emissora RPP pelo ex-presidente do Conselho de Ministros Pedro Cateriano.

Cateriano relatou que presenciou a apreensão com o episódio e classificou o ocorrido como um começo de campanha “mau”. Em entrevista, ele disse: “É um mau início de campanha. Acho que nós peruanos já sabemos o que é a violência e, bom, estamos infelizmente atravessando um contexto de atividade criminosa, mas é preciso rejeitar com firmeza esse ataque que Rafael Belaunde sofreu a tiros na manhã de hoje. Acho que é algo que não deveria acontecer”. Segundo Cateriano, o pré-candidato passa bem e está colaborando com as autoridades. A declaração foi divulgada por RPP.

Primeiro relato das autoridades e situação de saúde do pré-candidato

O comandante-geral da Polícia Nacional do Peru (PNP), Óscar Arriola, forneceu os primeiros detalhes das investigações em entrevistas à imprensa. Arriola afirmou que Belaunde Llosa está ileso, sob proteção policial e prestando depoimento aos agentes locais. Em fala ao Canal N, o comandante descreveu que o episódio ocorreu quando o pré-candidato se preparava para seguir por uma estrada de terra que liga o local à rodovia Panamericana Sul.

De acordo com Arriola, Belaunde realiza atividades privadas na região — inspeções em terrenos de sua propriedade — com frequência de “duas ou três vezes por semana”. Foi nesse momento, ainda conforme o comandante, que um motociclista se aproximou e efetuou disparos contra o veículo. “Quando se preparava para sair desse lugar para pegar uma estrada de terra que o leva à Panamericana Sul, foi aí que apareceu uma moto e disparou contra o veículo, contra ele”, relatou Arriola ao Canal N.

Investigação no Peru busca motivação e possíveis vínculos locais

Fontes policiais informaram que, logo após o ataque, as investigações levantaram questões sobre a existência de disputas pela terra ou a eventual presença de grupos criminosos interessados nas áreas vistoriadas pelo pré-candidato. Arriola afirmou que uma das primeiras hipóteses examinadas é se os terrenos estariam em litígio ou se haveria a atuação de traficantes com interesse na região, mas ressaltou que até o momento não há relatórios que confirmem esse vínculo. “Isso será investigado de forma minuciosa”, afirmou o comandante, segundo registro do Canal N.

O ex-congressista Gino Costa também se manifestou sobre o ataque em redes sociais, classificando o episódio como um “grave atentado”. Em publicação pública, Costa pediu que as investigações esclareçam as motivações do crime e que a Justiça responsabilize os autores. “As investigações devem esclarecer o motivo do crime, e a Justiça deve sancionar rápida e firmemente seus responsáveis. Cabe ao governo garantir a segurança dos candidatos à presidência e deter já a violência eleitoral”, escreveu Gino Costa em sua publicação.

Segundo relatos divulgados à imprensa, Belaunde negou ter sofrido extorsão ou recebido ameaças prévias. Em depoimento às autoridades, o pré-candidato assegurou que não houve exigência ou comunicado de intimidação antes do ataque. As declarações sobre a ausência de ameaças foram relatadas pelo comandante Óscar Arriola ao Canal N.

As equipes policiais que atuam em Cerro Azul iniciaram diligências no local do atentado, com coleta de vestígios, análise de imagens e entrevistas a testemunhas. A investigação envolve também a verificação de possíveis rotas de fuga e consulta a bases de dados para identificar veículos e pessoas com histórico compatível com a dinâmica descrita pelos agentes.

Fontes oficiais informaram ainda que o político permanece sob custódia protetiva da polícia enquanto seguem as apurações. Não houve divulgação, até o momento, de prisões relacionadas ao caso nem de identificação pública de suspeitos.

*com informações O Globo

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