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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Rússia - Ucrânia

Putin eleva tom e afirma: “se a Europa quiser lutar uma guerra, nós estamos prontos agora”

Putin rejeita ajustes propostos por europeus ao plano de paz dos EUA e eleva tom ao falar em prontidão para a guerra

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 2 de dezembro de 2025
Putin 2022
Foto: Divulgação/ Kremlin

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou nesta terça-feira (2) as propostas apresentadas pela Ucrânia e por líderes europeus para ajustar o plano de paz elaborado pelo governo de Donald Trump. Antes da reunião em Moscou com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, o líder russo afirmou que as condições sugeridas pelos europeus eram incompatíveis com os interesses de Moscou e acusou o continente de não buscar uma solução pacífica.

Segundo Putin, a Europa se excluiu nas negociações sobre o plano de paz porque cortaram relações diplomáticas com Moscou e “elas [potências europeias] estão do lado da guerra”. Em meio às críticas, declarou estar preparado para um confronto direto, afirmando que “se a Europa quiser lutar uma guerra, nós estamos prontos agora”.

O plano original dos Estados Unidos reunia 28 pontos que, segundo Kiev e a União Europeia, favoreciam a Rússia. Entre as medidas estavam a cedência de um quinto do território ucraniano, a garantia de que a Ucrânia não ingressaria na Otan e a redução do Exército de Kiev de 900 mil para 600 mil militares. A imprensa norte-americana apontou que líderes europeus revisaram algumas cláusulas, incluindo a que tratava do efetivo militar, propondo um número maior, de 800 mil soldados. Putin classificou essas exigências como “totalmente inaceitáveis”, embora não tenha detalhado quais pontos rejeitou.

putin
Vladimir Putin (Foto: Divulgação/ Casa Branca)

Putin se reúne com representantes dos EUA

A reunião com Witkoff ocorre em um momento em que Washington tenta reabrir caminhos diplomáticos. O enviado norte-americano foi a Moscou com a missão de entregar o plano atualizado, revisado pela Ucrânia e aliados europeus. O Kremlin informou que Putin também deverá receber Jared Kushner, que tem atuado nas tratativas. Apesar de afirmar disposição para negociar, o presidente russo condicionou avanços a concessões ucranianas e advertiu na semana passada que, em caso de recusa, a Rússia pretende conquistar tudo “pela força das armas”.

As discussões ocorrem paralelamente ao avanço das forças russas no front. Segundo mapas citados por fontes pró-ucranianas, a Rússia controla mais de 19% do território da Ucrânia e ampliou seu domínio em 2025 no ritmo mais acelerado desde o início da invasão, em 2022.

A situação se agravou após o anúncio de que a Rússia tomou Pokrovsk, no leste do país. A informação foi divulgada pelo porta-voz Dmitry Peskov, que relatou ter informado Putin sobre a tomada da cidade. O Ministério da Defesa divulgou imagens de soldados hasteando a bandeira russa no centro de Pokrovsk. Segundo comunicado, “o chefe do Estado Maior, Valeri Guerásimov, informou a Vladimir Putin sobre a libertação das cidades de Krasnoarmeysk (nome russo de Pokrovsk) e Vovchansk”, mensagem acompanhada de vídeo em que Putin, em uniforme militar, chama a conquista de “importante”. A Ucrânia, porém, não confirmou a perda.

A disputa por Pokrovsk ganha peso adicional porque o controle da região altera a capacidade logística ucraniana. Localizada próxima a Donetsk e ligada por rodovias e ferrovias estratégicas, a cidade influencia o abastecimento de tropas no leste. Sua queda permitiria à Rússia avançar para o oeste e pressionar áreas onde a defesa ucraniana está mais dispersa, além de aproximar as forças russas de cidades relevantes como Kramatorsk e Sloviansk.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em viagens a Paris e Dublin, afirmou que os combates em torno de Pokrovsk e Kharkiv seguem intensos, e mencionou a ofensiva russa em Vovchansk, também no norte do país.

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