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domingo, 7 de dezembro de 2025
Bagunça

O Goiás chega ao fim de 2025 com três técnicos demitidos

Carille deixa o Goiás com três vitórias e três derrotas, seis gols marcados e oito sofridos

Herbert Alencarpor Herbert Alencar em 7 de dezembro de 2025
Goiás
Foto: Divulgação

A confirmação da saída de Fábio Carille, após apenas seis jogos no comando do Goiás, não é apenas mais um capítulo na já conturbada temporada esmeraldina — é um diagnóstico claro de que o clube chega a 2026 sem direção definida, sem planejamento consolidado e, principalmente, sem comando interno capaz de sustentar um projeto esportivo.

Carille deixa o Goiás com três vitórias e três derrotas, seis gols marcados e oito sofridos, sem cumprir o objetivo pelo qual foi contratado: conduzir o time de volta à Série A. Ele tinha contrato até dezembro de 2026, mas, segundo o jornalista André Hernan, clube e treinador chegaram a um acordo motivado pela baixa previsão de receitas para o próximo ano. A justificativa financeira, no entanto, parece ser apenas a superfície de um problema mais profundo.

O Goiás chega ao fim de 2025 com três técnicos demitidos, todos contratados com vínculo até o fim de 2026 — e todos caíram antes mesmo do planejamento para o próximo ano começar. Jair Ventura e Vagner Mancini foram apostas do antigo diretor de futebol, Lucas Andrino. Ventura caiu após perder o Goianão; Mancini, mesmo repetindo no início do Brasileirão a boa fase de 2024, viu o time derreter no returno e perder o acesso após liderar a Série B por 28 rodadas. Carille chegou para apagar incêndio, mas encontrou um clube emocionalmente devastado e estruturalmente frágil.

Os três saíram. Mas quem ficou?

A pergunta ecoa entre torcedores e conselheiros: de quem é a responsabilidade pela temporada mais vergonhosa do Goiás nos últimos anos? Os treinadores passam, o elenco muda, mas o grupo que realmente segura a caneta — e define os rumos do futebol — permanece. E, enquanto isso, as decisões parecem cada vez mais desconectadas da realidade financeira e esportiva do clube.

Para 2026, o Goiás ainda patina. Michel Alves, ex-Novorizontino, foi escolhido como novo diretor de futebol após três anos seguidos batendo na trave pelo acesso na equipe paulista. Mas, desde sua chegada, apenas um jogador foi contratado: o lateral-direito Rodrigo Soares, justamente vindo do Novorizontino. A outra contratação confirmada, o atacante Kadu, ex-Anápolis, sequer se sabe quem assinou — foi fechada antes de Michel assumir, o que só evidencia o desalinhamento interno.

Goiás em instabilidade

A instabilidade financeira também aparece como obstáculo. A diretoria administrativa recebeu aval do Conselho para contrair um empréstimo de R$ 25 milhões, mas a operação teria enfrentado entraves, inclusive com questionamentos sobre o banco escolhido para liberar o crédito. Um clube que não sabe exatamente quanto terá no caixa em janeiro dificilmente sustenta um projeto técnico robusto — e Carille talvez tenha percebido isso mais rápido que o próprio Goiás.

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A saída do treinador, portanto, levanta algumas possibilidades:
— falta de dinheiro para manter o acordo?
— falta de confiança de Carille na condução do futebol?
— desejo de Michel Alves de começar seu trabalho com um técnico próprio?

A verdade é que nenhuma das versões é positiva. Qualquer uma delas expõe um Goiás enfraquecido, desorganizado e atrasado em relação aos rivais — justamente no ano em que deveria reagir.

Sem técnico, com elenco praticamente intacto, planejamento atrasado e turbulência interna, o Goiás inicia 2026 no exato ponto em que não queria estar: atrás de todo mundo e à beira de mais uma temporada perdida antes mesmo de começar.

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