O mercado de beleza e higiene pessoal no Brasil permanece como um dos mais dinâmicos da economia. De acordo com levantamento da Cosmetic Innovation, o setor deve movimentar aproximadamente 242,3 bilhões de reais até o fim de 2025, o que representa crescimento de 11,2 por cento em relação a 2024. O resultado reforça a força do consumo voltado ao autocuidado e ao bem-estar, que abrange desde itens básicos até produtos premium.

Esse desempenho se sustenta não apenas na demanda por itens essenciais, mas também na busca crescente por experiência, autoestima e rotinas de cuidado pessoal. São fatores culturais que mantêm o mercado resiliente mesmo em cenários econômicos adversos.

Analistas lembram que o Brasil segue entre os maiores mercados globais da indústria da beleza e deve continuar crescendo até pelo menos 2027, segundo projeções de entidades e consultorias que monitoram o setor.

Maquiagem e produtos premium impulsionam resultado

Dados da consultoria Circana mostram que a chamada beleza de prestígio registrou alta de quase 19 por cento em 2024. Dentro desse segmento, a maquiagem se destacou com avanço de cerca de 26 por cento no mesmo período. Para 2025, o cenário permanece positivo. A consultoria aponta aumento de 13 por cento no primeiro semestre em relação ao mesmo intervalo de 2024.

O Brasil responde por cerca de um terço das vendas de produtos premium na América Latina, o que reforça o potencial do mercado nacional tanto no varejo físico quanto no digital. Esse movimento indica que o consumidor busca produtos de maior qualidade e também itens com apelo aspiracional, o que abre espaço para inovação, novas marcas e reposicionamento de linhas de maior valor agregado.

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Lojas físicas recuperam espaço enquanto o digital avança

Apesar da forte ascensão do comércio eletrônico nos últimos anos, o varejo físico voltou a ganhar relevância em 2024. Segundo dados do setor analisados pela Circana, as lojas físicas cresceram cerca de 20 por cento em faturamento, enquanto o comércio on-line avançou 13 por cento.

Esse equilíbrio mostra que o consumidor brasileiro valoriza a conveniência do digital, mas mantém forte interesse pela experiência presencial. A possibilidade de testar cores de maquiagem, sentir fragrâncias, observar texturas e receber orientação especializada continua sendo diferencial para muitas compras. Para varejistas e empreendedores, esse comportamento reforça oportunidades para estratégias que integrem loja física e ambiente digital, com atuação omnicanal e serviços personalizados.

Sustentabilidade e skincare ganham protagonismo

As tendências de consumo também se transformam. O público demonstra interesse crescente por cosméticos naturais, veganos, orgânicos e produtos voltados ao cuidado da pele. Esse movimento segue uma lógica global, influenciada por maior conscientização sobre saúde, composição dos produtos e impacto ambiental.

Estudos de mercado projetam que o segmento de skincare seguirá em forte expansão até 2030. Avanços tecnológicos, uso de bioativos, formulações mais limpas e busca por rotinas de bem-estar alimentam essa expectativa. No Brasil, esse perfil se alinha à tendência de consumidores que priorizam autocuidado e qualidade dos ingredientes, o que amplia o potencial de crescimento dos produtos premium e dos nichos de beleza consciente.

Fim de ano deve intensificar o consumo

O fim de ano tradicionalmente marca um período de maior movimentação no setor de beleza. Datas comemorativas, férias, confraternizações e trocas de presentes elevam a demanda por maquiagem, perfumaria, kits promocionais, produtos de skincare e itens de uso cotidiano.

Especialistas avaliam que o setor deve observar novo aumento nas vendas entre novembro e dezembro. Para empresas e varejistas, o momento exige estoques preparados, ações promocionais bem distribuídas e reforço na presença digital. A integração entre canais, a oferta de experiências e a diversificação de preços e portfólios se tornam fundamentais para aproveitar o pico de consumo.

Desafios permanecem e exigem estratégia no setor de beleza

Mesmo com as projeções favoráveis, o setor enfrenta desafios relevantes. O impacto da inflação e a pressão sobre o poder de compra das famílias podem limitar o consumo, especialmente entre os públicos de menor renda. Isso pode provocar migração para linhas mais acessíveis em vez de produtos premium. Além disso, custos elevados de insumos, embalagens e logística pressionam margens.

Outro ponto de atenção é a competitividade do mercado. Com forte presença de grandes grupos internacionais e marcas consolidadas, empresas de menor porte precisam apostar em nichos específicos, diferenciação de marca, marketing digital eficiente e inovação constante. A crescente demanda por sustentabilidade e transparência também impõe novas responsabilidades, como uso de ingredientes seguros e embalagens com menor impacto ambiental.