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terça-feira, 9 de dezembro de 2025
NEGOCIOS

Mercado de doces dispara no Natal e fortalece confeitarias e pequenas padarias

Brasil tem 179 mil padarias e confeitarias, responsáveis por 14,5% do food service nacional

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 9 de dezembro de 2025
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Panetone atinge 63% dos lares e mantém ritmo de expansão dos doces. Foto: Divulgação

O mercado brasileiro de doces chega ao fim de 2025 em expansão. A demanda por panetones, chocolates, sobremesas artesanais e cestas de presentes aumenta conforme as festas se aproximam. Além disso, padarias e confeitarias reforçam a produção e ampliam cardápios para atender consumidores que buscam variedade e produtos personalizados. A categoria de panetones segue como principal motor do setor e impulsiona a receita de empresas industriais e pequenos negócios.

A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Panificados aponta que, entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, o mercado de panetones movimentou aproximadamente 1,2 bilhão de reais. O estudo também registra crescimento de 29,6 por cento em valor e de 7,3 por cento em volume na categoria. O produto alcançou quase 63 por cento dos lares brasileiros, o que confirma o papel tradicional do item e indica que a sazonalidade continua determinante para o faturamento das empresas.

Confeitarias ampliam cardápios em doces 

O Brasil tem hoje cerca de 179 mil estabelecimentos entre padarias e confeitarias, que representam aproximadamente 14,5 por cento de todo o food service nacional. Esses negócios se tornaram fundamentais para atender consumidores que buscam itens caseiros ou versões artesanais de panetones, chocotones, sobremesas e presentes. A oferta de produtos com sabores regionais cresce, especialmente em cidades do interior e capitais que apostam na valorização de ingredientes locais.

Mariana Silva, confeiteira em Belo Horizonte, relata que o fim do ano exige planejamento antecipado. Segundo ela, a demanda aumenta principalmente por panetones recheados e cestas de presente personalizadas. Mariana explica que muitos consumidores procuram sabores diferentes. Ela diz que o panetone com creme de cupuaçu e chocolate branco se tornou o item mais vendido de sua loja. A confeiteira afirma ainda que as redes sociais impulsionam as encomendas e ajudam a atrair novos clientes.

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Setor de doces registra aumento de 29,6% no valor das vendas. Foto: Divulgação

Panetone ganha novas versões

A busca por produtos diferenciados levou grandes fabricantes e produtores artesanais a investir em versões premium. Os panetones recheados cresceram acima da média da categoria e ajudaram a elevar o tíquete médio das compras. Além disso, cresce o interesse por produtos com ingredientes brasileiros como castanha-do-pará, cumaru e frutas cristalizadas de produção regional. Panetones salgados também aparecem como tendência nas ceias e nos brunches de final de ano.

Especialistas apontam que 72 por cento do consumo de panetones ocorre agora fora das ceias tradicionais. O produto passa a fazer parte do café da manhã, do lanche da tarde e de confraternizações no trabalho. Esse comportamento estende o período de vendas e permite que padarias e indústrias antecipem lançamentos para setembro e mantenham estoques até janeiro.

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Cestas de presente ganham espaço

O fim do ano reforça a procura por cestas natalinas e kits prontos. O tíquete médio varia conforme o perfil do consumidor. Há opções populares com panetone simples, chocolates e itens básicos. Além disso, há cestas premium com bebidas artesanais, geleias, doces especiais e embalagens personalizadas. Empresas de pequeno porte têm apostado nesse produto para atrair clientes corporativos e ampliar o faturamento.

Levantamentos recentes mostram que o custo médio da ceia de Natal subiu cerca de 4,53 por cento em 2025. Essa variação afeta diretamente o preço das cestas prontas. Apesar do aumento, lojistas afirmam que o consumidor tem priorizado a praticidade. A personalização se tornou um diferencial competitivo e impulsiona encomendas pela internet e por pequenos marketplaces.

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Empresas investem em embalagens especiais e personalização
de doces. Foto: Divulgação

Produção e desafios logísticos

O aumento da demanda exige organização das empresas. Confeitarias ampliam equipes temporárias, reforçam estoque de insumos e criam calendários de produção para evitar desperdícios. Já grandes fabricantes trabalham com programação antecipada desde o segundo semestre. A logística também recebe atenção. Empresas ajustam prazos para garantir distribuição antes do Natal e evitar ruptura nas lojas.

O empresário Rafael Santos, dono de uma padaria em Goiânia, conta que precisa dobrar a equipe entre novembro e dezembro. Ele afirma que as vendas de panetones recheados cresceram quase 40 por cento em relação ao ano anterior. Rafael explica que a estratégia foi aumentar a produção de itens de maior valor agregado. Segundo ele, o cliente busca algo especial para presentear e está disposto a investir mais em produtos artesanais e embalagens decorativas.

As projeções para 2026 indicam que o mercado de doces deve continuar em trajetória de crescimento. A combinação entre tradição e inovação favorece tanto grandes indústrias quanto pequenos negócios. Além disso, o consumidor demonstra interesse crescente por produtos personalizados e sabores exclusivos. O fim do ano continua sendo o período de maior faturamento do segmento e concentra esforços de divulgação, lançamentos e estratégias comerciais.

 

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