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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
comportamento

Criatividade ajuda a retardar envelhecimento cerebral

Práticas criativas podem manter o cérebro até sete anos mais jovem

Luana Avelarpor Luana Avelar em 11 de dezembro de 2025
Criatividade
Pesquisa indica que dança, música e artes estimulam redes cerebrais ligadas à atenção e criatividade. Foto: FreePik

Dançar, pintar ou tocar um instrumento pode fazer mais do que ampliar repertórios pessoais. Um estudo internacional publicado na revista Nature Communications mostra que a prática regular de atividades criativas está associada a um envelhecimento cerebral mais lento. A pesquisa avaliou mais de 1.200 participantes de 13 países, incluindo o Brasil, e concluiu que pessoas engajadas em hobbies criativos podem apresentar um cérebro até sete anos mais jovem do que o esperado para sua idade.

Os pesquisadores analisaram áreas cerebrais vulneráveis ao envelhecimento e observaram que indivíduos com alto envolvimento criativo tinham maior conectividade neural nessas regiões. O trabalho comparou o funcionamento previsto para a idade com o desempenho real do cérebro dos voluntários. Quanto maior o nível de especialização em práticas criativas, mais jovem se mostrava o órgão, especialmente em sistemas frontoparietais, relacionados à atenção, criatividade e planejamento.

Entre as atividades avaliadas, o tango apresentou o impacto mais expressivo. Dançarinos exibiam idade cerebral estimada mais de sete anos inferior à cronológica. Músicos e artistas mostraram redução entre cinco e seis anos. De acordo com os autores, não se trata apenas do movimento físico, mas da combinação entre coordenação, improviso, memória e exigência cognitiva, características que ativam o cérebro de maneira ampla e integrada.

A investigação destaca que o estímulo criativo favorece a plasticidade cerebral, ampliando a comunicação entre neurônios. Esse processo contribui para preservar memória, raciocínio, tomada de decisão e coordenação motora, capacidades que tendem a declinar com o avanço da idade. Os autores comparam o efeito à prática de exercícios físicos, que também estimulam reorganizações internas nas redes cerebrais.

O estudo observou benefícios até em intervenções breves. Em uma das etapas, voluntários jogaram Starcraft II durante 30 horas distribuídas ao longo de um mês. O desafio elevou a velocidade de processamento e reduziu em cerca de três anos a idade cerebral estimada. Os pesquisadores alertam, porém, que o impacto depende do tipo de estímulo oferecido e que não é possível generalizar os resultados para qualquer jogo eletrônico.

Embora os efeitos da criatividade sejam relevantes, o estudo destaca que ela não é fórmula única para um envelhecimento saudável. Alimentação, atividade física, hábitos de vida e predisposição genética continuam a influenciar o processo de forma decisiva. A conclusão dos autores é que atividades criativas funcionam como um dos elementos de proteção cognitiva, mas precisam atuar em conjunto com outras práticas de bem-estar.

LEIA MAIS: https://ohoje.com/2025/12/09/home-office-afeta-generos-de-modos-diferentes/

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