Veja como identificar gasolina adulterada no seu veículo
Sinais como perda de potência, falhas na aceleração e aumento de consumo podem indicar combustível fora da especificação
A adulteração de gasolina continua sendo um dos problemas mais frequentes enfrentados pelos motoristas brasileiros. Dados recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicam que entre 14% e 20% dos postos fiscalizados apresentam algum tipo de irregularidade, sendo a gasolina o combustível mais adulterado no país.
O uso contínuo de produto fora da especificação pode causar danos que vão de perda de potência a prejuízos que ultrapassam R$ 7 mil, dependendo do modelo do veículo. Em muitos casos, os sintomas aparecem de forma silenciosa, e o motorista só percebe quando o problema já está instalado.
Como a gasolina é adulterada
A ANP identifica quatro práticas mais comuns utilizadas por fraudadores:
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Excesso de etanol além do limite legal de 27%
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Mistura com solventes industriais, proibidos pela agência
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Presença de água no combustível
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Alteração da octanagem por substâncias de baixa qualidade
Essas adulterações aumentam artificialmente o volume comercializado e reduzem custos do posto, mas expõem o consumidor a riscos mecânicos e financeiros.
Os danos mais comuns ao veículo
O impacto da gasolina adulterada varia conforme a extensão da fraude e o tempo de uso. Entre os prejuízos mais frequentes estão:
Bicos injetores entupidos
Resíduos e impurezas bloqueiam a pulverização do combustível.
Efeito: falhas na aceleração, consumo elevado e perda de potência.
Danos à bomba de combustível
A falta de lubrificação causada por solventes desgasta o componente.
Custo médio de troca: de R$ 600 a R$ 1.800.
Corrosão do sistema de alimentação
Etanol em excesso e solventes corroem peças metálicas do tanque.
Sintomas: ferrugem, sujeira e entupimento.
Prejuízo às velas e à câmara de combustão
A queima irregular gera depósitos de carvão.
Resultado: motor fraco, aumento de consumo e falhas constantes.
Danos graves ao motor
Em situações extremas, pode ser necessária uma retífica completa.
Custo: acima de R$ 7 mil.
Como identificar gasolina adulterada
Mecânicos e especialistas recomendam observar sinais como:
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Perda repentina de potência
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Engasgos ou falhas ao acelerar
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Dificuldade na partida a frio
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Aumento inesperado do consumo
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Luz da injeção acesa
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Odor forte ou diferente no escapamento
No posto, alguns indícios também chamam atenção: preço muito abaixo da média, falta do teste da proveta e instalações mal conservadas.

O que fazer se você abasteceu com combustível suspeito
A ANP orienta os consumidores a:
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Guardar a nota fiscal, que comprova o local do abastecimento
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Registrar o problema assim que os sintomas aparecerem
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Fazer denúncia pelo telefone 0800 970 0267
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Solicitar análise do combustível quando houver dano comprovado
A nota fiscal é indispensável para responsabilizar o posto.
Por que o problema persiste no Brasil
Especialistas apontam que a adulteração é favorecida por:
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Preço alto e carga tributária elevada
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Alta presença de postos independentes
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Fiscalização que não cobre todo o território diariamente
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Acesso fácil e barato a solventes industriais
Em 2023, mais de 1.300 estabelecimentos foram autuados por irregularidades.
Como se proteger
Para reduzir os riscos, motoristas devem:
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Abastecer sempre em postos de confiança
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Evitar preços muito inferiores à média local
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Solicitar o teste da proveta em caso de suspeita
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Manter revisões em dia e usar aditivos recomendados pelo fabricante
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Observar consumo e desempenho após abastecimentos
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