Flávio visita Bolsonaro na prisão e reforça pedido de cirurgia
Após visitar Jair Bolsonaro, o senador Flávio afirmou que o ex-presidente está “sem soluços e mais animado”, mas voltou a pressionar pela realização urgente de uma cirurgia para correção de hérnias
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitou, nesta terça-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro, detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Após o encontro, o parlamentar afirmou que o pai está em bom estado geral de saúde, “sem soluços e mais animado”, mas reforçou o pedido da defesa para a realização urgente de uma cirurgia de correção de hérnias. Nesta quarta-feira (17), uma equipe médica da Polícia Federal realizará perícia no ex-presidente, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará a solicitação dos advogados.
Ao falar com a imprensa, Flávio descreveu Jair Bolsonaro como “tranquilo, bem-humorado e confiante”, destacando que o ex-presidente demonstrou disposição durante a visita. Mesmo assim, o senador reiterou a necessidade de intervenção cirúrgica, argumento central da defesa para garantir cuidados médicos adequados ao ex-chefe do Executivo. “É o Jair Bolsonaro que eu conheço que que passa tranquilidade e mostra segurança”, afirmou.

“É humano e civilizado permitir que Bolsonaro faça a cirurgia para amenizar as suas questões de saúde. Continuar a negar esse tipo de atendimento é colocar a vida dele em risco”, escreveu Flávio no X.
Além das questões de saúde, o encontro também teve conteúdo político. Segundo Flávio, pai e filho conversaram sobre o Projeto de Lei da Dosimetria, atualmente em tramitação no Senado. O parlamentar voltou a defender a proposta, que conta com o apoio de Jair Bolsonaro, e disse esperar que a matéria seja votada ainda neste ano. O texto está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pode ser apreciado pelo colegiado nos próximos dias, embora deva sofrer alterações em relação à versão aprovada pela Câmara.
Em entrevista coletiva após a visita desta terça-feira, Flávio Bolsonaro criticou o processo de votação do projeto na Câmara, afirmando que muitos deputados deliberaram “sem conhecer o texto real ou apresentar emendas”. Ele reconheceu que a proposta, como chegou ao Senado, permite interpretações que podem beneficiar condenados por crimes além dos atos de 8 de Janeiro, o que, segundo ele, precisa ser corrigido.
O senador também afirmou que pretende dialogar com o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), para discutir ajustes no texto. Para Flávio, houve interferência externa no funcionamento do Congresso, o que teria limitado o debate parlamentar. Apesar disso, ele avalia que o projeto pode avançar ainda em 2025, mesmo sem contemplar a anulação das condenações relacionadas aos atos antidemocráticos.
Flávio reconheceu que a principal promessa política do campo bolsonarista era a anistia, e não apenas a revisão da dosimetria das penas. Segundo ele, o atual ambiente institucional impõe restrições ao Legislativo, gerando cautela sobre os limites de atuação do Congresso Nacional.