Após nove meses de obras, Terminal Dergo é entregue no Eixo Anhanguera em Goiânia
Espaço do terminal foi ampliado, recebeu novas plataformas, sistemas elétricos e de segurança e integra o conjunto de intervenções do projeto Nova Anhanguera no corredor BRT Leste–Oeste
Após nove meses de obras, o novo Terminal Dergo foi entregue na tarde desta quarta-feira (17), na Avenida Anhanguera, no Setor Aeroviário, em Goiânia. O espaço passou por ampliação e reconstrução estrutural e integra o Projeto Nova Anhanguera, inserido no conjunto de ações de modernização do corredor BRT Leste–Oeste da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), principal eixo de transporte da Capital e um dos mais movimentados da região metropolitana.
De acordo com as informações apresentadas durante a entrega, o terminal teve sua área ampliada em 558 metros quadrados e recebeu novas instalações elétricas, hidráulicas e de drenagem. As plataformas de embarque e desembarque foram reconstruídas e ampliadas, permitindo maior organização do fluxo de passageiros e veículos.
O terminal passou a contar com iluminação em LED, além de novos acessos com bilheterias ventiladas, catracas tipo gabinete modelo Slim com portas antievasão e portões para pessoas com mobilidade reduzida, acionados remotamente.
Caiado esteve presente na inauguração do terminal

Durante o evento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que a obra representou uma reconstrução completa de um espaço que havia sido inaugurado há mais de duas décadas sem reformas estruturais.
“Acabavam de me dizer que agora que foi construída 26 anos atrás e nunca foi reformada. O que nós fizemos foi realmente fazer tudo de novo”, declarou. Segundo ele, a intervenção envolveu mudanças no padrão arquitetônico, com ampliação da área, aumento da altura do teto e reorganização dos ambientes internos.
Caiado também citou a instalação de equipamentos voltados à segurança e à higiene, como câmeras de monitoramento distribuídas por todo o terminal e revestimentos que facilitam a limpeza do espaço. “Vocês vêem o quanto nós mudamos o transporte na Capital e na região metropolitana”, afirmou, ao mencionar que cerca de 25 mil pessoas transitam diariamente pelo local.
O governador relacionou a entrega do Terminal Dergo a um conjunto mais amplo de intervenções no sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana da Capital, incluindo a renovação da frota com ônibus equipados com ar-condicionado, wi-fi e carregadores para dispositivos eletrônicos, além da incorporação de veículos elétricos e movidos a biometano. Ele destacou ainda a manutenção da tarifa em R$ 4,30 há sete anos, sustentada por subsídios públicos.
Ao se pronunciar, o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, afirmou que a entrega do terminal está inserida em decisões adotadas pelo Estado para evitar o colapso do transporte coletivo metropolitano. Segundo ele, a opção foi assumir parte da responsabilidade pelo sistema, em um cenário que poderia ter sido transferido integralmente aos municípios.
Vilela relatou que, em períodos anteriores, decisões sobre o transporte coletivo deixaram de ser tomadas por ausência de consenso político, o que acabou postergando investimentos. Ele afirmou que a alternativa adotada foi a construção de um modelo compartilhado entre Estado e prefeituras, com subsídio tarifário e investimentos simultâneos em frota e infraestrutura. “Não adiantaria o Estado subsidiar e o transporte não ter os investimentos e ficar com condições precárias e de baixa qualidade”, pontuou.
O vice-governador também mencionou que o modelo adotado em Goiás tem sido apresentado como referência para outras regiões do País, incluindo discussões para aplicação na região do Entorno do Distrito Federal, onde, segundo ele, há demanda por melhorias no transporte coletivo. “Os goianos que moram ali às margens de Brasília, nas cidades do Entorno, vivem também um sofrimento muito grande pela falta de qualidade do transporte coletivo”, afirmou.
As obras no Terminal Dergo fazem parte do projeto Nova RMTC, liderado pelo governo de Goiás, que busca reestruturar um sistema que permaneceu cerca de 26 anos sem intervenções de grande porte. A modernização tem se concentrado nos corredores de BRT, nos terminais de integração e na requalificação dos pontos de ônibus. No Eixo Anhanguera, seis terminais passaram ou passam por obras: Novo Mundo, Praça da Bíblia, Dergo, Praça A, Padre Pelágio e Senador Canedo.
O Terminal Novo Mundo foi o primeiro a ser entregue, seguido pelo Terminal Praça da Bíblia, inaugurado em setembro após reconstrução completa, com investimento de R$ 29 milhões, ampliação de 60% da área coberta, acessibilidade total e sistema de monitoramento por câmeras de alta definição.
Além da requalificação dos terminais, o projeto inclui intervenções nos corredores viários, priorização do transporte coletivo, reorganização dos pontos de parada e adequações no pavimento ao longo do Eixo Anhanguera. As medidas buscam reduzir o tempo de deslocamento e melhorar a regularidade das viagens, especialmente nos horários de pico.
Dados apresentados pelo governo estadual indicam que Goiânia possui uma frota superior a 1,3 milhão de veículos em circulação. Levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta que apenas 17,2% das viagens motorizadas na Região Metropolitana utilizam o transporte público. A projeção é que, mantidos investimentos em corredores exclusivos, integração tarifária e renovação da frota, esse percentual possa chegar a 43,4% até 2054.
Com a entrega do Terminal Dergo, o Eixo Anhanguera avança mais uma etapa no processo de reestruturação do transporte coletivo, enquanto seguem em andamento as obras nos demais terminais e a ampliação das intervenções previstas para os próximos anos no sistema metropolitano.