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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
emoções mal reguladas

Raiva e sensação de injustiça agravam quadros de dor crônica

Estudos indicam que emoções mal reguladas podem intensificar a dor e dificultar o tratamento

Luana Avelarpor Luana Avelar em 17 de dezembro de 2025
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Foto: FreePik

A relação entre emoção e dor é conhecida há décadas pela medicina. O que pesquisas recentes vêm mostrando, porém, é que determinados sentimentos podem ter um peso ainda maior na persistência e na intensidade da dor crônica. Entre eles, a raiva associada à sensação de injustiça aparece como um dos fatores mais decisivos para o agravamento do sofrimento físico ao longo do tempo.

Um estudo internacional que acompanhou mais de 700 pessoas em tratamento para diferentes tipos de dor crônica identificou que pacientes que percebem sua condição como injusta tendem a relatar dor mais intensa, mais disseminada pelo corpo e com maior impacto funcional. A forma como cada indivíduo lida emocionalmente com a própria dor mostrou-se tão relevante quanto a causa clínica do problema.

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Foto: FreePik

Como a dor se relaciona com emoções profundas

A pesquisa aponta que a dor não é apenas um fenômeno físico. Emoções como raiva, frustração e ressentimento influenciam diretamente a forma como o cérebro processa os estímulos dolorosos. Quando esses sentimentos se acumulam sem regulação adequada, criam um ciclo que mantém a dor ativa por mais tempo, mesmo após intervenções médicas.

Pacientes que apresentaram dificuldade em lidar com a raiva relataram níveis mais elevados de dor e maior limitação nas atividades do dia a dia. Em contraste, aqueles que conseguiam elaborar emocionalmente a experiência mostraram evolução mais favorável ao longo dos meses.

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Pesquisadores descobriram quatro “perfis de raiva” distintos que ajudam a explicar por que alguns pacientes sentem mais dor e por mais tempo do que outros. Foto: FreePik

Dor crônica e a sensação de injustiça

O fator que mais chamou atenção dos pesquisadores foi a percepção de injustiça ligada à dor. Pessoas que enxergam a condição como uma perda irreparável ou como algo que lhes foi imposto de forma injusta tendem a permanecer presas a estados emocionais negativos, o que amplia a dor e dificulta a recuperação.

Esse padrão se manteve mesmo quando outros fatores psicológicos, como ansiedade ou depressão, foram considerados separadamente. A dor, nesse contexto, passa a ser alimentada não apenas pelo corpo, mas pela forma como é interpretada emocionalmente.

Tratamento da dor além do físico

As descobertas reforçam a necessidade de abordagens mais amplas no cuidado da dor crônica. Protocolos que considerem apenas medicamentos e procedimentos físicos podem ser insuficientes para parte dos pacientes. A inclusão de estratégias voltadas à regulação emocional surge como um caminho promissor para reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida.

Compreender a dor como uma experiência que envolve corpo e emoção permite tratamentos mais personalizados e eficazes, capazes de romper ciclos de sofrimento prolongado e restaurar a funcionalidade no cotidiano.

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