O que esperar do governo Daniel Vilela, que deve começar em março de 2026
Gestão do emedebista manterá o rumo da administração, com foco em segurança pública, infraestrutura logística, desenvolvimento do Norte do Estado, políticas sociais, turismo e economia
Bruno Goulart
Embora ainda não exista um grupo de trabalho formalmente instituído, interlocutores próximos ao vice-governador Daniel Vilela (MDB) afirmam que reuniões entre integrantes da cúpula do partido têm ocorrido para discutir ideias para o início do governo, o que deve ocorrer até abril de 2026, com a desincompatibilização do governador Ronaldo Caiado (UB) do cargo. A orientação, segundo essas fontes, é clara: dar continuidade ao modelo implementado por Caiado (UB), hoje o mais bem avaliado do País pelo terceiro ano consecutivo, com 80% de aprovação, conforme pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quarta-feira (17).
Neste sentido, a avaliação é de que o governo oferece uma base sólida, mas ainda com espaço para avanços. Na área da segurança pública, por exemplo, está em desenvolvimento um software com uso de inteligência artificial, considerado inédito no Brasil. O projeto deve ter detalhes divulgados em breve, apontam interlocutores do vice-governador.
Ouvido pelo O HOJE, o ex-deputado e economista Euler Morais (MDB) aponta que o governo Daniel Vilela deverá consolidar os avanços já alcançados e aprofundar políticas estruturantes. “O que deu certo é consolidar e avançar: segurança, infraestrutura, social e saúde. Outras áreas precisam ser melhoradas para gerar novos avanços”, avalia.
A infraestrutura, aliás, aparece como um dos eixos centrais. Com o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), o objetivo é ampliar a integração logística para conectar rodovias, ferrovias e portos, reduzir custos e aumentar a competitividade do Estado. A proposta inclui, ainda, o fortalecimento da agroindustrialização e da mineração para agregar valor à produção e ampliar a geração de renda e impostos em Goiás.
Daniel quer investir mais no Norte e Nordeste goiano
No campo regional, Daniel Vilela já coordena um grupo de trabalho voltado ao desenvolvimento do Vale do Araguaia. A região é vista como estratégica, tanto pela disponibilidade de áreas agricultáveis sem necessidade de desmatamento quanto pela futura inauguração da ponte no distrito de Luiz Alves, que dará novo papel logístico à BR-080. A integração com rodovias estaduais e ferrovias deve potencializar a produção e o escoamento.
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Outro ponto sensível no Vale do Araguaia é a energia. A prioridade, segundo Euler Morais, será cobrar da concessionária Equatorial o suprimento adequado da demanda e investir em novas matrizes energéticas para sustentar o crescimento agroindustrial. Já no Nordeste goiano, o desafio passa pela consolidação da fruticultura irrigada como vetor de desenvolvimento.
Região Metropolitana
Na Região Metropolitana de Goiânia, entre as prioridades está a implantação do desvio da BR-153, hoje marcada por congestionamentos e alto índice de acidentes. Além disso, está em licitação um novo eixo viário que ligará o Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira (Dianot) à GO-020, que vai passar por Aparecida de Goiânia e Bela Vista de Goiás e criar condições para a instalação de cerca de 200 novas empresas.
No Entorno do Distrito Federal, a expectativa é de manutenção dos investimentos em infraestrutura e programas sociais. Neste aspecto, a política social adotada por Ronaldo Caiado e pela primeira-dama Gracinha Caiado tende a ser mantida: mais do que garantir benefícios, o foco é criar oportunidades de inserção no mercado de trabalho e promover a chamada “porta de saída” da vulnerabilidade.
Cultura e turismo
Por fim, áreas como cultura, lazer e turismo também estão entre as prioridades. O novo autódromo, que receberá etapa do MotoGP em março de 2026, e o futuro complexo do Serra Dourada, com previsão de grandes eventos a partir de 2028, são vistos como motores para atrair turismo, movimentar a economia e projetar Goiás no cenário nacional e internacional. (Especial para O HOJE)