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sábado, 20 de dezembro de 2025
Apoio dos EUA

Qual o poder de Trump sobre eleições para presidente no Brasil em 2026

Relação de Trump com Lula têm melhorado, mas isso não impede republicano de tentar interferir na disputa pelo Palácio do Planalto

Marina Moreirapor Marina Moreira em 20 de dezembro de 2025
Trump
Lula diz que Trump é amigo, mas núcleo do PT se preocupa com possível apoio do republicano a uma candidatura forte de direita - Créditos: Ricardo Stuckert/PR, Official White House Photo by Daniel Torok e Jefferson Rudy/Agência Senado

Uma preocupação assola o partido de Lula e diz respeito ao possível apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos), a uma candidatura que faça oposição máxima ao petista, como a de Flávio Bolsonaro (PL-SP). Nos bastidores, o que se sabe é que o núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) demonstrou preocupação com o futuro posicionamento do norte americano sobre as eleições presidenciais do próximo ano.

Observa-se que a atitude do republicano de aplicar sanções sobre produtos brasileiros têm feito com que o mesmo mudasse sua percepção sobre os países que compõem a América Latina, sobretudo, o Brasil. Isso ocorreu devido ao impacto das sanções na própria economia do país norte-americano como, por exemplo, sobre produtos como a carne, laranja e café, o que gerou consequências negativas à inflação do país.

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Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicanos) – Créditos: Marcelo Camargo/ABr – Joyce N. Boghosian/Official White House Photo

Por conta disso, a suspeita é que o líder internacional da direita seja mais cauteloso nas decisões que tenham potencial em atingir a economia de outros países, até porque isso pode ser um tiro no próprio pé, a considerar o efeito nos EUA das tarifas aplicadas ao Brasil.

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Dessa forma, a percepção é que a América Latina deixou de ser o “quintal” do presidente estadunidense e passou a ser aliada, mas para que a relação ganhe fortalecimento, o que se espera é que os países que compõem o continente sejam liderados por governantes alinhados à mesma política de Trump, ou seja, com o perfil diferente de Lula e semelhante à de Flávio Bolsonaro.

Não é à toa que o petista tenta mudar a engenharia de candidaturas nos estados onde o PT possui mais força, talvez com o intuito de depositar mais esforço em locais onde a sigla não possui tanta influência, ao contrário do que ocorre em estados da região nordeste onde o pernambucano detém mais apoio.

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Créditos: Ricardo Stuckert/PR

Conjuntura política da América Latina

Ao observar o posicionamento político dos chefes de Estado latino-americanos atuais, é de se perceber que há uma predominância de presidentes de direita como é o caso de Javier Milei, presidente da Argentina e José Kast, presidente recém-eleito do Chile, que garantiu uma vitória expressiva no segundo turno contra a candidata de esquerda Jeannette Jara, no domingo.

Com base nisso, o que se espera é que, durante eleições presidenciais, os candidatos de direita tentem usar como argumento a “onda” de presidentes conservadores eleitos na América Latina de forma a motivar o mesmo tipo de eleição no Brasil. Em contrapartida, é possível identificar o apaziguamento da relação de Trump com Lula após derrubada parcial das tarifas para alguns produtos brasileiros no final de novembro após negociações diretas entre ambos.

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(Créditos: Ricardo Stuckert/PR)

Na última sexta-feira (19), democratas do Congresso dos Estados Unidos solicitaram a Trump que desista do tarifaço imposto ao Brasil e adote ações que aprofundem as relações com o país.

Trump e eleitorado bolsonarista

Sobre a possível interferência do norte-americano nas eleições presidenciais de 2026 no Brasil, há o entendimento que apesar da relação do republicano com Lula estar mais harmônica, isso não interfere na opinião política de Trump, o que pode possibilitar a manifestação do presidente no processo eleitoral do Brasil e, provavelmente, gerar uma considerável influência sobre o eleitorado bolsonarista.

O cientista político Lehninger Mota faz a distinção de relação institucional entre chefes de Estado e demonstração de apoio eleitoral. Para o estudioso em política, uma não determina a outra. “Uma relação institucional de presidente para presidente, é diferente de uma relação de apoio eleitoral como Trump deve, com certeza, fazer com qualquer pessoa que se posicione mais à direita, seja Flávio Bolsonaro ou algum candidato que seja da centro-direita”.

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Pré-candidato à Presidência da República, Flávio Bolsonaro (PL-SP) e ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) – Créditos: ABr

Mota cita a provável polarização que pode ser ocasionada diante das candidaturas de Lula e Flávio Bolsonaro. “As últimas pesquisas mostraram que os índices de Flávio Bolsonaro estão bem próximos aos do Lula. A tendência disso é uma polarização, ou seja, não há espaço para terceira via. Desse modo, Flávio terá o apoio de todos os presidentes da direita que governam a América Latina e do norte-americano, Donald Trump”, pontua Mota ao O HOJE.

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