Verão começa aquecido após turismo injetar R$ 148 bilhões na economia brasileira
No verão 2024/2025, 59 milhões de brasileiros viajaram a lazer, com gasto médio de R$ 2.514
O turismo brasileiro entra no verão 2025/2026 em um dos momentos mais aquecidos da última década, impulsionado por maior disposição ao consumo, viagens mais planejadas e permanência prolongada nos destinos. A temporada atual herda um cenário positivo deixado pelo verão anterior, quando o setor registrou forte crescimento e consolidou o turismo doméstico como um dos principais vetores de circulação de renda no país.
No verão 2024/2025, cerca de 59 milhões de brasileiros viajaram a lazer entre dezembro e fevereiro, o equivalente a 35% da população, segundo a pesquisa Tendências de Turismo Verão 2025, do Ministério do Turismo (MTur) em parceria com a Nexus. Naquele período, o turismo movimentou R$ 148,3 bilhões, com gasto médio individual de R$ 2.514, alta de 34% em relação ao verão anterior, quando a média era de R$ 1.877.
Consumo em alta marcou a temporada passada
Os números do último verão confirmaram uma mudança no comportamento do turista brasileiro. Além de mais pessoas viajando, as viagens foram mais longas e mais caras, com média de 12 dias de permanência nos destinos. Mesmo diante da inflação e do aumento do custo de vida, o consumo cresceu, fortalecendo cadeias como hotelaria, alimentação, transporte, comércio e serviços.
Para o Ministério do Turismo, aquele desempenho criou uma base sólida para a atual temporada. “Os brasileiros valorizaram as belezas naturais do país, passaram mais tempo viajando e gastaram mais, promovendo uma maior circulação de renda nos estados”, avaliou o ministro Celso Sabino à época.
Praia liderou escolhas e segue dominante em 2025/2026
No verão passado, 97% dos viajantes optaram por destinos nacionais, reforçando o peso do turismo interno. A praia foi, de longe, o principal atrativo, escolhida por 54% dos entrevistados. Em seguida apareceram natureza e ecoturismo (10%), aventura (5%) e saúde e bem-estar (5%).
Outros segmentos, como turismo histórico-cultural, rural, gastronômico e esportivo, tiveram participação menor, o que evidenciou a centralidade do litoral como principal ativo turístico do país. Essa preferência permanece forte no verão 2025/2026, sustentando investimentos públicos e privados em destinos costeiros.

Bahia liderou fluxo e estados ampliaram participação
Entre os destinos mais procurados no último verão, a Bahia liderou o ranking, escolhida por 16% dos turistas, crescimento de quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior. São Paulo (15%) e Rio de Janeiro (14%) vieram na sequência. Estados como Paraíba, Sergipe e Santa Catarina também registraram aumento relevante no fluxo de visitantes.
O movimento ajudou a descentralizar o turismo, ampliando a distribuição da renda e fortalecendo economias regionais fora do eixo tradicional.
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Logística e hospedagem moldaram o gasto
No verão 2024/2025, o carro próprio foi o meio de transporte mais utilizado (40%), seguido por ônibus (28%) e avião (27%). Apesar disso, mais da metade dos passageiros ainda não havia comprado passagem aérea no momento da pesquisa, indicando margem para oscilações de preços.
Na hospedagem, 47% ficaram na casa de amigos ou parentes, enquanto hotéis (25%), pousadas (17%) e aluguéis por temporada (5%) completaram a maior parte das escolhas.

Verão 2025/2026: mais planejamento, tecnologia e experiência
A temporada atual avança sobre uma base ainda mais estruturada. Pesquisa recente do Skyscanner aponta que 53% dos brasileiros pretendem gastar mais neste verão, enquanto 58% planejam conhecer destinos inéditos. A infraestrutura tornou-se decisiva: 61% só consideram viajar para locais bem equipados, e 69% afirmam utilizar ferramentas de inteligência artificial no planejamento das férias.
Outro destaque é a força das viagens em família, que devem marcar 55% dos deslocamentos, impulsionando resorts, hotéis completos e pacotes all-inclusive. Especialistas apontam que o turismo vive a era da experiência, em que a hospedagem se torna parte central do destino.
Com consumo elevado, planejamento antecipado e maior permanência, o verão 2025/2026 consolida o turismo como um dos pilares da economia brasileira, repetindo — e ampliando — o desempenho expressivo registrado na temporada passada.