Dados recentes do Pew Research Center indicam que o TikTok se consolidou como a principal fonte de notícias para jovens de 18 a 29 anos nos Estados Unidos, superando redes sociais mais antigas e até veículos tradicionais. O movimento revela uma mudança estrutural na forma como a geração Z acessa, consome e confia em conteúdos jornalísticos.

Segundo a pesquisa, 43% dos jovens entrevistados afirmam recorrer ao TikTok como principal canal para se informar. O número coloca o aplicativo à frente de YouTube, Facebook e Instagram, todos citados por cerca de 41% a 40% dos respondentes. Plataformas historicamente associadas ao debate público, como X (antigo Twitter) e Reddit, aparecem com alcance menor entre esse público.

TikTok e a mudança no consumo de notícias

O avanço do TikTok está diretamente ligado à lógica de consumo de informação da geração Z. Vídeos curtos, linguagem direta e forte apelo visual substituem textos longos e análises aprofundadas, redefinindo o ritmo da circulação de notícias. O levantamento aponta que 76% dos jovens consomem informação exclusivamente por meio das redes sociais, percentual superior ao de quem acessa sites jornalísticos ou newsletters por e-mail.

Outro dado que chama atenção é o nível de confiança. Metade dos entrevistados declarou confiar “um pouco ou muito” nas notícias vistas nas redes sociais — patamar equivalente ao atribuído à mídia tradicional. O resultado evidencia uma erosão das fronteiras entre jornalismo profissional e conteúdo produzido dentro das plataformas digitais, especialmente no TikTok.

Esse processo, no entanto, não ocorreu de forma abrupta. Em 2023, apenas 32% dos jovens diziam usar o aplicativo como fonte regular de notícias. O crescimento gradual indica que o TikTok vem ocupando espaços deixados por outros meios, ao se adaptar com mais rapidez às preferências de uma geração acostumada à comunicação audiovisual e ao consumo móvel.

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Plataformas reagem à centralidade

Para responder às críticas sobre desinformação, o TikTok passou a investir em mecanismos voltados à credibilidade do conteúdo. Entre as iniciativas está o lançamento do recurso Footnotes, que permite checagem colaborativa de fatos, além da inclusão de links externos em vídeos informativos. A empresa também afirma manter parcerias com verificadores independentes em mais de 130 países.

Ainda assim, especialistas apontam que o crescimento do TikTok como fonte de notícias impõe desafios ao ecossistema informativo. A velocidade de circulação, a lógica algorítmica e a fragmentação do conteúdo exigem novas estratégias de alfabetização midiática e reforçam a necessidade de transparência sobre a origem das informações.

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